terça-feira, 24 de abril de 2007

Caça predatória

O Repórter Diário de hoje publica as seguintes notas:

Calouros da UFPA estranharam receber, em casa, material do Banco do Brasil propondo abertura de conta. Conforme pai de uma aluna, constam na carta dados sobre curso, turno, endereço e nome completo do estudante.
Muitos estiveram na Reitoria para reclamar que informações prestadas para o vestibular tenham sido repassadas para o banco.

A explicação para esse tipo de procedimento é simples e me foi dada por gerente de um outro banco: caça predatória a novos correntistas.
Os bancos representam Satanás na Terra. Cientes de sua imprescindibilidade, mentem, enganam, espoliam, escorcham, fazem tudo o que podem para lucrar ao máximo, indiferentes aos prejuízos que podem causar aos clientes e à sociedade. Outro dia, fiquei chocado ao ver quanto o meu banco me cobra todo mês pela simples manutenção da conta. Mas se ele faz tanta questão que eu continue correntista, a conta não deveria ser mantida de graça?
E as tais "cestas de serviços", que mais não são do que venda casada de produtos bancários que eu posso não querer? Todo mundo sabe, todo mundo vê, mas ninguém toma providências. Nem o Ministério Público. E eu presumo que seus membros também sejam clientes bancários.
Eu mesmo já fui vítima do que as notas retratam. O banco fixa as famigeradas metas para os seus funcionários. Dentre as metas, conseguir o maior número possível de novos correntistas. O banco não se importa em como isso será alcançado e os funcionários, entendendo a ordem, fazem de tudo, inclusive violar a lei, para ao final do período apresentar o número mínimo exigido de novos clientes para o diabo empregador.
Falo em violar a lei exatamente porque a privacidade dos indivíduos será ofendida, como a minha foi e, agora, como as dos calouros da UFPA. É imperioso que as entidades de proteção ao consumidor sejam enérgicas contra esses predadores vagabundos, criminosos de terno e gravata e largos sorrisos, que geram ônus aos cidadãos sem o conhecimento destes. Conheço uns tantos que só descobriram possuir contas em certos bancos quando começaram a chegar os boletos de cobrança e, em alguns casos, comunicações do SERASA.
Queixar-nos a quem?

Atualizado em 25.4.2007, às 12h09:
O Liberal de hoje publicou uma reportagem informando que até candidatos reprovados no vestibular receberam as tais cartas do Banco do Brasil. A princípio supuseram que teria havido uma repescagem, mas no final tiveram que se contentar com a frustração, mesmo. Ou seja, a sem vergonhice do banco provoca danos até emocionais sobre suas vítimas.
E quem é José Fidelquino Oliveira, zeloso gerente de agência, que assina todas essas cartas? O que ele terá a dizer sobre a palhaçada?
Este fato novo prova por A +B a safadeza acima referida. Afinal, somente com acesso ilegal aos dados dos vestibulandos o banco poderia encaminhar as famigeradas cartas. Algum patife na UFPA disponibilizou as informações e outro se aproveitou delas.
Com a palavra, a polícia. E melhor de tudo: a Polícia Federal!

3 comentários:

Ivan Daniel disse...

Banco é uma desgraça mesmo em nossas vidas... e fico pensando se aquele ditado que diz "ruim com, pior sem" se aplica nesse caso.

Anônimo disse...

Ano passado um cidadão desconfiou que a receita federal estava fornecendo cadastro dos contribuintes, então para tirar a prova, e inclusive apresentou na televisão, utilisou um e-mail especialmente para a sua declaração de renda e apartir daí ficou recebendo correspondência através deste e-mail, e que eu saiba, como sempre não deu em nada, não ouvi falar em nenhuma averiguação sobre o vazamento das informações.

Yúdice Andrade disse...

Ivan, nem temos mais a opção do "pior sem", daí o desalento.
Anônimo, lembro-me do caso. O cidadão já andava desconfiado e, ao fazer sua declaração para a Receita Federal, fez uma ligeira alteração no endereço, que não o impediria de receber a correspondência. A partir daí, começou a receber ofertas de produtos com o endereço errado. Isso prova tudo, mas no país que vai pra frente não houve investigação e ninguém foi punido. Daí, valha-nos quem?