quinta-feira, 19 de abril de 2007

A alegria do dia do choro

Do RD de hoje:

Para comemorar o dia do choro, considerado a primeira música popular urbana típica do Brasil, com mais de 130 anos, músicos paraenses irão fazer uma festa diferente. Domingo de manhã, um trio elétrico percorrerá as ruas, conduzindo um grupo de chorões que brindará a cidade com o ritmo alegre e agitado do chorinho. O trio sairá do Centur e seguirá até a praça Batista Campos.

Aqui em Belém, podemos ver apresentações de chorinho regularmente, na Sol Informática — mais especificamente no Café da Sol —, que cumpre uma missão cultural valorosa nesta cidade. E outro dia um quinteto deu um belo show na hora do almoço no Boêmio, na Doca. Um excelente acompanhamento para a minha polenta grelhada com molho de shitake e alho-poró.
Infelizmente, estou atolado em provas por corrigir. Fora isso, bem que eu gostaria de cruzar o meu caminho com os chorões.
Já tive a oportunidade de ver uma comitiva dessas, na cidade paulista de Campos do Jordão, em julho de 1999. Como a cidade estava cheia de turistas de inverno, um grupo de cinco músicos percorria logradouros públicos, fazendo apresentações rápidas e depois mudando de ponto. Assisti a uma das apresentações e foi deliciosa. Todos em volta sacudiam ao menos um pezinho, tal a força contagiante desse ritmo delicioso.

9 comentários:

Anônimo disse...

Bom dia, Yúdice. Olhe como você é antenado. Eu agora ando nos blogs além mar, com os meus amigos. E veja o que encontrei, em um deles:

Violinista célebre tocou no metro N.Y. e foi ignorado

Numa experiência inédita, Joshua Bell, um dos mais famosos violinistas do Mundo, tocou incógnito durante 45 minutos, numa estação de metro de Washington, de manhã, em hora de ponta, despertando pouca ou nenhuma atenção. A provocatória iniciativa foi da responsabilidade do jornal "Washington Post", que pretendeu lançar um debate sobre arte, beleza e contextos.
Ninguém reparou também que o violinista tocava com um Stradivarius de 1713 - que vale 3,5 milhões de dólares. Três dias antes, Bell tinha tocado no Symphony Hall de Boston, onde os melhores lugares custam 100 dólares, mas na estação de metro foi ostensivamente ignorado pela maioria. A excepção foram as crianças, que, inevitavelmente, e perante a oposição do pai ou da mãe, queriam parar para escutar Bell, algo que, diz o jornal, indicará que todos nascemos com poesia e esta é depois, lentamente, sufocada dentro de todos nós. *"Foi estranho ser ignorado"* Bell, que é uma espécie de 'sex symbol' da clássica, vestido de jeans, t-shirt e boné de basebol, interpretou "Chaconne", de Bach, que é, na sua opinião, "uma das maiores peças musicais de sempre, mas também um dos grandes sucessos da história". Executou ainda "Ave Maria", de Schubert, e "Estrellita", de Manuel Ponce - mas a indiferença foi quase total. Esse facto, aparentemente, não impressionou os utentes do metro. "Foi uma sensação muito estranha ver que as pessoas me ignoravam", disse Bell, habituado ao aplauso.
"Num concerto, fico irritado se alguém tosse ou se um telemóvel toca. Mas no metro as minhas expectativas diminuíram. Fiquei agradecido pelo mínimo reconhecimento, mesmo um simples olhar", acrescentou. O sucedido motiva o debate foi este um caso de "pérolas a porcos"?
É a beleza um facto objectivo que se pode medir ou tão-só uma opinião? Mark Leitahuse, director da Galeria Nacional de Arte, não se surpreende: "A arte tem de estar em contexto". E dá um exemplo: "Se tirarmos uma pintura famosa de um museu e a colocarmos num restaurante, ninguém a notará". Para outros, como o escritor John Lane, a experiência indica a "perda da capacidade de se apreciar a beleza". O escritor disse ao "Washington Post" que isto não significa que "as pessoas não tenham a capacidade de compreender a beleza, mas sim que ela deixou de ser relevante".

http://www.washingtonpost.com/wp-dyn/content/video/2007/04/09/VI2007040900536.ht

Anônimo disse...

Yúdice, o chorinho no Boêmio acontece todos os sábados, no almoço, permeado de muito samba de excelente qualidade.
Mas o melhor choro da cidade (e, aliás, a melhor roda de samba também) ocorre aos sábados e domingos, à tarde/noite, no bar do Gilson.
Ressalto que não recebi nada pela publicidade; sou apenas um aficcionado dos gêneros.

Anônimo disse...

Aliás, quem dera fosse sempre esse o ritmo tocado pelos trios que percorrem a cidade nos finais de semana, hein?

Anônimo disse...

Cris Morenaça, o contexto é tudo.
O Charlie Chaplin participou de um concurso de sosias dele e ficou com o terceiro lugar!

Anônimo disse...

Uau! Ainda bem que você veio como "anônimo"...(rsrsr)
Bjs.

Yúdice Andrade disse...

Saudações a todos.
Cris, li a matéria e pensei em postar a respeito, mas foi daqueles dias em que as coisas não dão muito certo. De minha parte, fosse o violinista mais virtuose do mundo ou um simples neófito, certamente me chamaria tanto a atenção que eu pararia algum tempo, para ouvir.
Considero inadmissível não dar bola a um artista. Se estou num restaurante com música ao vivo que me agrada, em algum momento vou fazer um sinalzinho para o músico, em sinal de aprovação. Para ele saber que alguém, nem que seja por um instante, realmente prestou atenção nele. Talvez isso valha mais do que o dinheirinho que lhe pagarão.

Anônimo disse...

Ei Yúdice, olha o nosso ombudsman, heim...caindo na gandaia(rsrsrsr).
O Flanar deveria dar uma passadinha por lá e tirar umas fotos. Dos músicos, claro!(rsrsrs)
Bjs.

Yúdice Andrade disse...

O Bar do Gilson é patrimônio. Há anos que ouço falar dele. E tem gente que quer me bater só porque nunca pisei lá. Point de gente interessante (que tem conteúdo, em vez de apenas cara ou bunda), natural que o nosso ombudsman seja chegado.
Passou o domingo e acabei não vendo os chorões. Tomara que haja uma breve próxima oportunidade.

Anônimo disse...

O ombudsman dos blogs adverte: não conhecer o Bar do Gilson causa grave decepção.
Uma sugestão? Vá lá imediatamente. De preferência, já no próximo final de semana.