sábado, 30 de agosto de 2008

O último dia

Meu amor
O que você faria se só te restasse um dia?
Se o mundo fosse acabar
Me diz, o que você faria?
Ia manter sua agenda
De almoço, hora, apatia?
Ou esperar os seus amigos
Na sua sala vazia?
Meu amor
O que você faria se só te restasse um dia?
Se o mundo fosse acabar
Me diz, o que você faria?
Corria pr'um shopping center
Ou para uma academia?
Pra se esquecer que não dá tempo
Pro tempo que já se perdia?
Meu amor
O que você faria se só te restasse esse dia?
Se o mundo fosse acabar
Me diz, o que você faria?
Andava pelado na chuva?
Corria no meio da rua?
Entrava de roupa no mar?
Trepava sem camisinha?
Meu amor
O que você faria?
O que você faria?
Abria a porta do hospício?
Trancava a da delegacia?
Dinamitava o meu carro?
Parava o tráfego e ria?
Meu amor
O que você faria se só te restasse esse dia?
Se o mundo fosse acabar
Me diz, o que você faria?
Me diz o que você faria
Me diz o que você faria...

Encerro minhas atividades internéticas de hoje com a instigante e agradabilíssima canção composta por Paulinho Moska e Billy Brandão, gravada pelo primeiro, que nos remete a um exercício que faço sempre.
Na verdade, eu não penso no fim do mundo, mas na minha própria morte. Penso no que aconteceria com as pessoas diretamente ligadas a mim se eu morresse agora. Pode parecer mórbido e até tétrico mas, acredite, é um bom exercício. A mim, não faz nenhum mal. E me ajuda a repensar certas coisas. Além do mais, não vejo motivo para esse horror medieval que as pessoas continuam tendo da morte.
O poema escolhido para encerrar este dia sugere um fim, um fechamento. De fato, amanhã começa uma nova época, para quem, como eu, adora ciclos. Mas sobre isso falo amanhã.
Boa noite.

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