quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Seis meses para uma vida — penúltimo estágio

Já aprovada no Senado, a proposta que amplia a licença-maternidade para seis meses foi aprovada ontem na Câmara dos Deputados. Com isso, segue para apreciação do Poder Executivo. É a etapa final para entrar em vigor.
Vale lembrar que os dois meses adicionais da licença não são obrigatórios, dependendo de a empresa aderir, se quiser, a um programa de incentivos fiscais. Por meio destes, deve receber compensação financeira pelo benefício, mas há necessidade, ainda, de uma mudança de mentalidade e é exatamente nesse ponto que o bicho pega. Pretenderá o empregador ficar mais tempo sem a funcionária, mesmo que isso não implique em perda econômica? Duvido muito.
O importante é a lei entrar em vigor. Sua eficácia dependerá das forças sociais que lutarem por ela.

5 comentários:

Anônimo disse...

As empresas não iriam preferir contratar homens, professor?

Frederico Guerreiro disse...

É um exagero. Qual é a mãe que vai aguentar ficar seis meses em casa só cuidando do bebê? Qual é o empregador que, diante das dificuldades para manter a empresa funcionando, vai gostar de pagar para a funcionária ficar em casa por tanto tempo? É excesso de mimo. Ao bebê e à mãe. É a mãe!

Polyana disse...

Vou ignorar o comentário acima, pois qualquer mãe interessada em amamentação exclusiva por seis meses adoraria a idéia. Inclusive fica a pergunta: será que ainda dá pra mim?

Anônimo disse...

Discordo do que o colega Frederico disse. Apesar de ainda nã ser mãe, sei que não há nada mais importante na vida de uma mulher do que o momento de cuidar de seu filho, especialmente nos primeiros meses de vida. Os médicos todos os dias alertam para a necessidade da amamentação por, no mínimo, 6 meses, pois o leite materno é essencial para o desenvolvimento da criança, principalmente pra o seu desenvolvimento intelectual. Seis meses de lincença será ótimo, e em que pese os problemas que virão, estaremos lutando para mais esta conquista! Nada na luta das mulheres foi fácil, esta também não será, mas ao final , pode escrever que iremos conseguir!

Abraços!!

Yúdice Andrade disse...

Talvez, querida Marcela. É até provável. Mas é também ignorância, já que a ampliação da licença não é obrigatória, dependendo de a empresa aderir ao programa de incentivos fiscais. As que não aderirem não sofrerão a menor alteração em sua rotina. Logo, sem fundamento restringir o acesso das mulheres ao emprego.

"Agüentar", Fred? Eu suponho que a maioria. Pois teriam prazer nisso. Mas pode ser que minha interpretação esteja viciada pelo comportamento das mulheres que conheço. Sei que a relação da mãe com a filho varia a depender de diversos fatores. Todavia, compete à lei otimizar as condições para essa relação. O resto vai de cada mãe. Quanto aos custos da medida, vide a manifestação imediatamente acima.

A lei ainda não está em vigor, meu amor. Deve ser sancionada nos próximos dias, mas não sabemos se nosso empregador vai aderir.

Wirna, sempre tão engajada! Pelo visto, no próximo pleito o Dr. Waldir terá que dividir votos!