domingo, 31 de agosto de 2008

Reconhecimento

Eu não teria chegado até aqui se escrevesse apenas para mim mesmo. Por conseguinte, se o Arbítrio agora completa dois anos no ar, sem interrupção, é porque muita gente bacana tem passado por aqui, provocando-me motivação e interesse em valer a pena. Afinal, este não é um blog de humor. Logo, para ter público, o jeito é oferecer algum conteúdo útil.
Agradeço aos comentaristas fieis, tais como o Carlos Barreto, Francisco Rocha Jr., Fred Guerreiro, Ivan Daniel e Cris Moreno (de novo, sumida). Agradeço, também, aos comentaristas que deixam seus registros com certa frequência, por algum tempo, depois somem e voltam, como o Vladimir König, a Rita Helena e o campineiro Alexandre. Agradeço aos meus alunos, a maioria muito tímida, que nos corredores da faculdade comentam comigo coisas que leram aqui, mas sem deixar sinais de sua passagem. Estes últimos são um dos principais focos que tenho, dadas as minhas responsabilidades com sua formação acadêmica.
E ao pedir desculpas pelos nomes que possa ter esquecido, além de registrar aqueles que deixaram comentários apenas uma vez — alguns de cidades distantes —, demonstro meu reconhecimento também aos meus inimigos. No ano passado, escrevi que rejeitara menos de 10 comentários, o que me parecia ótimo. Agora, perdi a conta, graças a um pequeno grupo de doentes que volta e meia aparece por aqui, confiantes no anonimato virtual.
Vocês não têm ideia das coisas que moderei negativamente. O sociopata mais brando que me persegue questiona meus conhecimentos jurídicos, notadamente na área do Direito do Trabalho. Mas há o que me manda trabalhar, vagabundo. Há o que questiona a sexualidade das pessoas — a minha e a de alguns comentaristas. Há quem proponha a infidelidade de minha esposa e me recomende um exame de DNA para atestar a paternidade de minha filha. Há um obcecado por saber quando eu e minha esposa retomaremos nossa vida sexual no pós-parto — e alega que tenho a obrigação de informar isso, porque expus minha vida na Internet. Mesmo a pequena Júlia é alvo dessas pobres criaturas, que já lhe sugeriram doenças e insinuaram que eu, seu pai, poderei cometer abuso sexual, por causa daquela foto que publiquei, beijando a barriga dela (e não o peitinho, como dito). E o que mais me divertiu: quando publiquei uma postagem me desculpando por estar sem tempo para o blog, ele escreveu dizendo que eu não faço falta.
Pois é. Não faço a menor falta, mas eles não conseguem viver sem mim. Podem até ficar uma temporada ausentes, mas sempre voltam, como decerto voltarão para comentar esta postagem. E cá estou rendendo homenagens também a vocês, inúteis rejeitos da civilização, que fazem girar o meu marcador, também me estimulam a prosseguir, mas não mudam minhas pautas, meus pensamentos e minha alegria. É o caso de perguntar: quem, afinal, precisa de quem, aqui?
Meus amigos — os de verdade —, manter um blog é uma experiência desafiadora. Recompensadora, sem dúvida. Tanto que estamos aqui, ativos. Graças a vocês, essencialmente. Porque toda voz quer ser ouvida. Abraços calorosos. Deus os abençoe.

6 comentários:

Anônimo disse...

Caríssimo Yúdice, apesar de acompanhar dezenas de blogs, devo confessar que esta atitude foi deveras honrosa. Poderias simplesmente devolver os mais baixos insultos recebidos ao mesmo nível. Mas não. Humildemente agradeceu a existência das pobres criaturas, que o faz ter ainda mais vontade e forças para continuar com seu admirável trabalho.

Uma atitude como esta, sem dúvida alguma, foi bem pior do que ir até a casa de cada uma dessas pessoas isentas de massa cinzenta e apunhalá-las com ira. Parabéns! Eis aí o princípio da sabedoria. Como já havia comentado uma vez contigo: o sucesso de uns incomoda outros.

Um forte abraço a você e sua família ;-)

Respeitosamente,
Alexandre (Cps/SP)

Leo Nóvoa disse...

Haha.
Muito bom professor, mostra que o sr. tem muitos leitores, até mesmo os inimigos, que não conseguem deixar de ler o blog.

Abraços

Francisco Rocha Junior disse...

Yúdice,
Obrigado pela menção ao meu nome. Muito me orgulha ter alimentado virtualmente, na troca de idéias e argumentos, um relacionamento que hoje posso dizer tratar-se de verdadeira amizade.
Sucesso sempre.
Abração.

Yúdice Andrade disse...

Ahahahahahah! Valeu, Alexandre. Mas devo te confessar que eu preferia apunhalá-los cheio de ira e deixá-los à morte. Desculpaí. Abraços, amigo. Obrigado pela confiança até excessiva no meu caráter.

Vai ver que eu sou um sucesso, Leo. Só pode...

Com certeza, Francisco. Tu és gente minha!

Anônimo disse...

Yuyu,

Não acredito na quantidade de comentários toscos que mandaram pra vc! O pior foi o do abuso sexual... povo maluco.. hahahahah!! Fazer o quê? Venho aqui para matar as saudades do Mestre!
Beijinhos,

Ju
Procuradora DE Trabalho
Especializada em estudo-desenfreado-para-concursos e PhD em TPC - Tensão Pré-Concursal

Yúdice Andrade disse...

"Toscos" para dizer o mínimo, minha linda. Mas temos que orar por essas criaturas. O pior para elas é ter que conviver consigo mesmas.
Adorei os teus títulos, principalmente o de procuradora. Eu queria era abrir um gigantesco escritório de advocacia para pôr lá dentro os amigos. Podia até não ter trabalho, mas que nos divertiríamos muito, isso com certeza!
Beijo.