sexta-feira, 26 de setembro de 2008
Cadê a cegueira?
Depois não querem que a gente fale. Faz duas semanas inteiras que Ensaio sobre a cegueira foi lançado no Brasil. Hoje, terceira sexta-feira depois do lançamento nacional, nada do filme de Fernando Meirelles entrar na programação cinematográfica da província de Belém do Pará. Alguma boa explicação para isso? Nenhuma, com certeza. Talvez seja o estilo Moviecom de nos avacalhar, como sempre. Afinal, tens as porcariazinhas comercialoides passando.
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2 comentários:
Li o livro em 2005. Quando soube que o filme sairia dos olhos de Fernando Meirelles, passei a acompanhar passo a passo o resultado das filmagens no blog dele. E ainda reli o livro.
O lançamento em Cannes foi um tanto conturbado, recheado de críticas pelas grandes quantidades de violência sexual que o “longa” apresentava. Não consigo deixar de fazer o paralelo com o filme do Franco-argentino Garpar Noé, “Irreversível”, que por causa das cenas pesadas de estupro, ganharam as manchetes dos jornais na estréia do filme no mesmo festival, com direito a notícias de espectadores desmaiando, vomitando ou saindo da sala. Eu, particularmente, gostei muito do filme. Excelente trabalho de direção, ediçao e imagem. E além de ser indicado à Palma de Ouro no Festival de Cannes, ganhou o prêmio cavalo de bronze no festival de cinema de Estocolmo.
O que não entendo é porque guerras sangrentas, mortes bizarras e todo tipo de barbárie que não passe mensagem nenhuma, são muito bem aceitos pelo Festival.
A respeito da demora na estréia do circuito paroara, acho que se deve ao fato do filme não ser uma sujidade hollywoodiana. É uma co-produção brasileira, canadense e japonesa. Acho esperaremos um pouco mais.
Grande abraço.
"Irreversível" me causou sensações horríveis, também, mas sobretudo pela minha dificuldade em assimilar a maldade humana, como fica mais verossímil e realista quando mostrada daquele jeito. Reconheço, contudo, que é um filme excepcional, mas que não sei se verei de novo algum dia.
Li "Ensaio sobre a cegueira" numa época em que Saramago não aceitava ter suas obras filmadas de modo algum. O livro me perturbou bastante. Cheguei a implorar para que terminasse, tão angustiado estava, mas também sem conseguir parar de ler. O ponto central é a crueza da alma humana. É isso que incomoda as pessoas, não as cenas em si.
O jeito, companheiro, é continuarmos esperando.
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