terça-feira, 23 de setembro de 2008

Chegando aos dois meses

Dois meses atrás, a estas horas, eu estava em casa pensando no que faria após o almoço, já que faltavam apenas cinco horas para que minha esposa fosse internada na maternidade. Estávamos numa situação de olhar um para o outro e simplesmente aguardar a hora de entrar no carro e tomar nosso rumo.

Dois meses se passaram. Nossa Júlia agora é uma menininha de 4,45 quilos e 56 centímetros. Graças a Deus, mantém ótima saúde e, a despeito do sacrifício que tem sido a amamentação (muitas dores para a mãe), permanece no aleitamento materno exclusivo, o que deve lhe oportunizar um sistema imunológico bem desenvolvido.

Ontem, por sinal, estivemos no setor de aleitamento humano da Santa Casa de Misericórdia, para um atendimento que pudesse otimizar o processo de amamentação. Eles são, como já nos haviam assegurado, excelentes profissionais, muito ciosos do que fazem e, acima de tudo, muito humanos. Mesmo assim, interesses espúrios os colocaram no olho do furacão, há poucos meses, devido ao número de bebês mortos na UTI neonatal, em pouco tempo. Todos os governos merecem severas críticas, mas esses profissionais abnegados merecem o nosso respeito e, mais, o nosso reconhecimento pelo muito que fazem por gerações de crianças que vêm ao mundo em condições adversas.

Falando nisso, se você está amamentando e tem condições de fazê-lo, doe leite para a Santa Casa. A enfermeira ontem me explicou o nível de necessidade que o hospital tem e ele é enorme. É preciso assegurar oito doses para cada criança internada, sendo 40 leitos só na UTI, onde a alimentação é feita exclusivamente com leite materno. Ainda há 110 leitos no berçário, onde, segundo entendi, a alimentação pode ser mista, mas também a demanda por leite humano é imensa, obviamente.

Com este apelo para que as pessoas se interessem em conhecer a Santa Casa de Misericórdia do Pará, aquilo que ela realmente é, de bom e de mau, desejo a minha filhota uma vida sempre feliz, nesta data que as convenções humanas consideram especial.

Deus te abençoe, criança.

3 comentários:

Citadino Kane disse...

Existe vida nova após a paternidade, ahahaha... uma maravilha!
Abraços,
Pedro

Ivan Daniel disse...

Que bom saber da alimentação exclusiva com leite materno da Júlia.
Infelizmente nosso Enzo não teve essa sorte, largando o peito da mãe no terceiro mês em decorrência da facilidade encontrada no leite artificial farto que completava sua alimentação.
Continuem com a amamentação, amigos.
Saúde à Júlia!

Yúdice Andrade disse...

A vida se renova sempre, meu amigo Pedro! E eu tenho a oportunidade de vê-la se renovar no dia a dia de uma garotinha amada, como também é o teu caso, com a tua Isadora (já não tão garotinha). Abraços.

Justamente ontem, Ivan, consultei a pediatra sobre alimentação artificial, que seria adotada de forma apenas suplementar. Eu o fiz preocupado com os sacrifícios dos últimos dias (mãe e filha sofrendo). Polyana, contudo, mantém-se inflexível: manterá o aleitamento materno exclusivo, para evitar que o uso do leite artificial (e sua conseqüência inevitável, a mamadeira, que é mais fácil de sugar do que o peito) conduzam a própria Júlia a desistir do alimento por excelência.
Penso que compete à mãe tomar essa decisão. Como pai, estou ao lado para apoiá-la no que precisar. Tomara que consigamos levar adiante os nossos objetivos, para bem nutrir a nossa pequena.
Obrigado pelos votos.