A coluna do jornalista Mauro Bonna, no Diário do Pará de hoje, dá uma espicaçadazinha num certo arquiteto endeusado, responsável pelo projeto da Estação das Docas (talvez por ele ser atualmente candidato a vice-prefeito). Afirma que a inversão no sentido dos acessos daquele complexo é uma medida racional, em que qualquer candidato ao vestibular de Arquitetura já teria pensado.*
Eu não pretendo cursar Arquitetura, mas creio que até uma ameba seria capaz de perceber que, com a inversão, os terríveis engarrafamentos que se formam para entrar na Estação pelo portão da chamada "Escadinha" acabarão. E mesmo que se transfiram para o portão em frente à Alfândega, ali a pista é mais larga e haverá melhores condições de o tráfego fluir. O cuidado a ser tomado é com a saída dos carros, para evitar acidentes no cruzamento da Boulevard, para acessar a Presidente Vargas. Creio que também posso afirmar que, se os tucanos ainda estivessem no poder, tal inversão não seria feita, pois seria um reconhecimento de que um ser infalível falhou.
Estive na Estação anteontem e pude observar a sinalização horizontal já instalada, com linha de bordo, setas indicativas de direção e demarcação das vagas (esta última, uma medida inútil, porque os retardados mentais que estacionam torto continuarão ocupando duas vagas e dando uma banana para quem chegar depois). A nova organização criou a possibilidade de um retorno dentro do estacionamento, o que é muito bom, pois antes só havia um sentido possível de movimentação. Por fim, se o emissor do tíquete começar a funcionar, já será um avanço, pois aquela máquina esteve quebrada em 99% das vezes que estive ali, em todos esses anos.
Mas se tudo fosse uma questão de inversão do tráfego, seria lucro. Domingo senti na pele algo de que já sabia: o iluminado que projetou aquele espaço não o dotou de um único fraldário sequer, apesar das grandes dimensões do complexo. Até parece que os endinheirados a que se destina o empreendimento não têm filhos. Precisando de um cantinho para trocar nossa filha, tivemos que abordar um segurança, que se comunicou por rádio com alguém e, após muitos minutos, fomos autorizados a ir a uma minúscula sala de primeiros socorros. Resolveu nosso problema mas, convenhamos, não dava para arrumar um espacinho decente para crianças? Aos finais de semana, é impossível contar o número delas ali e nem assim elas merecem um pouco de respeito?
É uma questão de prioridades, certamente.
Atualizado em 5.10.2008, às 20h56:
A bronca do colunista com o arquiteto deve ser grande, mesmo. Ele voltou à carga hoje, com esta: "Corrigindo um infantil erro do projeto original, amanhã comecará a funcionar a inversão do estacionamento da Estação."
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