A XII Feira Pan-Amazônica do Livro está aberta, desde ontem. Considerado o quarto mais importante evento do gênero do país, está maior do que a do ano passado. Cheguei de lá faz pouco mais de uma hora e a impressão que tive foi de que está tudo como dantes. Explico.
A feira continua charmosa e atrativa, sobretudo pela presença de grandes nomes da literatura. Este ano, de volta o vozinho Ariano Suassuna e a presença do grande educador Rubem Alves, dentre outros nomes notáveis. Quando eu deixava o Hangar, o sistema de som anunciava o início da palestra da escritora Nélida Piñon, destacando que foi a primeira mulher a presidir a Academia Brasileira de Letras.
Quanto à feira em si, mais do mesmo: um monte de estandes que talvez representem bons negócios para revendedores, mas que deixam muito a desejar para o cidadão comum, que vai ali em busca de bons títulos para sua biblioteca pessoal. Vou à feira sobretudo atrás daquelas editoras específicas, cujas obras nem sempre podem ser encontradas nas livrarias que temos na cidade, de viés mais comercial. Foi assim que garimpei algumas jóias. Todavia, cada vez menos encontramos novidades. Você vai de uma ponta a outra e encontra os mesmos títulos que encontraria nas livraria, com talvez um pouco mais de variedade. E os preços? Ah, os preços! Um absurdo!
Eu via algum título interessante e conferia o preço. Botava de volta na prateleira pensando "Este eu compro depois, pela internet." E assim será. O comércio eletrônico é a salvação. Graças a ele, podemos ter acesso a obras impensáveis até algum tempo atrás.
Mesmo assim, a satisfação de investir em livros subsiste. Comprei alguma coisa. Mas os tempos são outros. Em vez de garimpar livros para mim, comprei seis obras para minha Júlia — livros que lerei para ela, daqui a sei lá quanto tempo e que, ainda mais tarde, ela lerá sozinha, segundo espero. Bem a propósito, foram comprados no estande da Editora Cortez, que deu 30% de desconto em todos os itens e ainda ganhei um de cortesia.
Mesmo lamentando não haver um lançamento nacional bem aqui na minha cidade, com tarde (ou noite) de autógrafos e tudo, lamentando que a feira privilegie mais o comercial do que o cultural, segundo me parece, para mim continua sendo um programa obrigatório. Devo voltar ainda nesta.
Passe lá.
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