O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística — IBGE (sítio muito interessante, vale a pena conferir) acaba de divulgar dados mais recentes acerca da expectativa de vida do brasileiro, referentes ao ano passado. Agora falamos em 72,7 anos.
Observando os dados por região, em 1997 o Pará já possuía a melhor expectativa de vida do Norte (69,2 anos), fato que subsiste dez anos depois (72). No Nordeste, apenas a Bahia chega a esse mesmo valor. Naquela região se encontra o Estado em piores condições no país: Alagoas (66,8), que já estava no último lugar uma década atrás (62,5).
A região mais bem posicionada, como já se podia esperar, é a Sul, com média de 74,7 anos, Santa Catarina à frente (75,3), como já estava na pesquisa anterior. O mesmo índice foi obtido pelo Distrito Federal.
É interessante observar que, mesmo aumentando a esperança de vida do brasileiro em todos os Estados, as posições não se alteram, ou seja, quem já era o melhor por região na conferência anterior permanece na posição, o mesmo se dizendo de quem estava no fim da fila. Daí se conclui que a ausência de políticas desenvolvimentistas sérias, sobretudo locais, faz com que o povo continue na mesma, passe o tempo que passar. O incremento que houve se deu por condições gerais do país, que não exprimem nenhum esforço de superar as tradicionais causas de pobreza regionais.
Outros aspectos investigados pela pesquisa foram:
a) taxa de mortalidade: de 1997 a 2007, queda de 6,6‰ para 6,23‰, em 2007;
b) taxa de fecundidade: continua a tendência de declínio, decrescendo de 2,54 para 1,95 filho em média por mulher.
Todos esses fatores reunidos levam ao envelhecimento da população. Os idosos já somam quase 20 milhões de pessoas ou 10,5% do total de brasileiros - um desafio para a previdência social.
Em tempo, o povo que reclama do art. 75 do Código Penal (que determina o prazo máximo de 30 anos para que uma pessoa cumpra pena no país) pode se ouriçar mais um pouco. Afinal, considerando os motivos pelos quais tal regra foi criada (posso falar sobre isso outra hora), quanto maior a média de vida do brasileiro, mais motivos haveria para mudar a lei e ampliar esse tempo máximo. Esse argumento, especificamente esse, procede.
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