Da minha querida Alessandra Gorayeb, comentando a postagem sobre a passagem do Iron Maiden por Belém:
À leitura, de fato, nada a acrescentar à crítica de extrema pertinência quanto à mentalidade tacanha do empresariado local. O fato de não termos um local decente para receber, ao menos com classe, tais ícones musicais, é, no mínimo, vergonhoso. E ícones digo por concordar com o comentário do André acima, onde Iron Maiden, bem como os citados U2 e Paul, são de fato ícones musicais atemporais, merecendo tais aglutinações de fãs apaixonados e grandes admiradores por onde passam. Não resisti, entretanto, a comentar a respeito da congruência entre este tão mal visto Heavy Metal e a dita erudita Música Clássica. A divergência tão gritante aos olhos de tantos, na verdade, é mínima. Ocorre que, diferente do Punk, o Metal não é um estilo feito de barulhos desconexos, de berros ou apenas atitudes loucas. De fato, a grande influência melódica no Metal é, justamente, a Música Clássica. Não apenas Mozart, mas além dele, compositores bem mais eruditos. Por sinal, um dos meus CDs preferidos, e que não pode faltar no meu carro é um gravado pelo Metallica em conjunto com uma Orquestra Sinfônica (Metallica & Symphony – mais literal, impossível). Dizem por aí, o que posso até concordar que é um tanto exagerado, que nos dias atuais quem quer ouvir música clássica fora do teatro e com guitarras pode buscar por shows de metal melódico, metal sinfônico ou power metal – estilos estes que merecem elogios, por sinal. Inclusive nosso Angra inspirou-se em passagens marcantes de Vivaldi para compor sua famosa música Carry on. Não é apenas no instrumental e em temas de passagens épicas que há a inspiração do Metal e sua convergência com a Música Clássica: o vocal é, também, nessas inspirado. O cantor desta banda que veio nos prestigiar na última sexta, utiliza técnicas vocais dos amados (ou odiados) cantores operísticos, que visam alcançar a platéia sem o uso do microfone. O show, por sinal, foi quase indescritível. Uma experiência maravilhosa, inesquecível. Um show que pôde ser aproveitado do início ao fim, fazendo os trocentos “corações de metal” presentes vibrarem e quererem bis. Show – este que eu, e muitos, acreditamos que seria uma peça, de muito mal gosto, de Dia da Mentira – aconteceu. E em momentos de ociosidade, ainda me pego revivendo minhas memórias desta experiência. Que as portas se abram.
4 comentários:
Ave Alê! Sem mais.
Ela é maravilhosa mesmo, não, Caio?
Muito bem colocado.
Escrevi sobre o show do Iron no blog, e espero seja publicado em grande jornal no próximo final de semana.
Um show de público também.
A propósito, Wolfgangus Theóphilus Crisóstomus foi considerado um metaleiro de sua época, as pessoas acreditavem que ele era um louco por causa da evolução de suas sinfonias. E era metal mesmo...
Viva o Iron! Só não me agrada muito esse Power Metal, prefiro o Metalcore! hehehe
Agora o lugar, realmente, sem estrutura nenhuma. Mas, convenhamos, foi melhor do que eu esperava. Haha
Abraços, professor e Alessandra.
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