sexta-feira, 17 de abril de 2009

Alta costura


Gostou do vestido que aparece na fotografia?
Não pense que eu perdi o senso e agora escrevo sobre moda. Meus transtornos de personalidade não chegam a tanto. O motivo pelo qual um desfile de moda chegou a este blog é o fato de que o tal modelito foi produzido por um grupo de 12 presidiárias ou re-educandas, como preferem os eufemistas , internas da Penitenciária Feminina de Piraquara, região metropolitana de Curitiba.
O grupo tem recebido aulas de alta costura e, até o momento, já produziu 45 vestidos, que foram expostos no último dia 7, no Museu Oscar Niemeyer, alcançando reconhecimento não do mundo da moda (para que serve?), mas do Conselho Nacional de Justiça, que considerou a iniciativa adequada ao programa "Começar de novo".
Através da confecção dos vestidos, as detentas ganham acesso à remição da pena (que antecipa a liberdade) e, mais do que isso, ganham uma nova perspectiva de viver com dignidade, quando voltarem às ruas. Parabéns aos responsáveis pelo projeto.

3 comentários:

Anônimo disse...

Querido Yúdice,
É com satisfação que visito teu blog e além de ler diversas matérias interessantes a que me chamou a atenção é justamente esta por se tratar do tema tratar sobre o meu trabalho atual. Estou na direção do projeto fábrica esperança a quase dois anos e também trabalhamos com costura, mas em escala industrial,ainda não criamos conceito de moda, mas já temos plano para isso. Hoje estamos empregando, com carteira assinada e direitos trabalhistas garantidos quase 300 homens e mulheres egressos e albergados do sistema penal em Belém, além de apoiar as suas famílias. Também compomos o conselho da comunidade de Belém e em maio iremos trabalhar com internas do CRF, o que me deixa bem entusismada, pois começaremos um processo de ressocialização ainda dentro dos presídios. Já temos um grupo de mulheres familiares de egressos, chamado RETALHOS DE ESPERANÇA que trabalha com customização de roupas e acessórios, aliás utilizam, muitas vezes os "rejeitos de produção", isto é as sobras dos tecidos não utilizados.
Ah... também tem o projeto AGUAPÉ aí do TJ, capitaneado pelo Dr. Cláudio Rendeiro, que é um juíz lutador e incansável e nosso parceiro também.
Visite nosso site: www.fabricaesperanca.org.br e veja nossas ações.
abraços fraternais,
Anna Cláudia Lins (JP5 - UFPA)
p.s: achei teu blog recentemente e já está no meu menu favoritos. Gostaria de escrever, assim que puder sobre ressocialização e propor aqui um debate - que achas?

Yúdice Andrade disse...

Querida Anna Cláudia, de modo algum precisas te identificar para que eu te reconheça. Fico feliz que tenhas gostado do blog e será grande a minha alegria se voltares por estas bandas.
O tema da ressocialização dos criminosos já apareceu por aqui outras vezes e aparecerá sempre, considerando minha atividade docente. Será excelente se me enviares algum texto, que terei prazer em publicar. Tenho alunos e ex que passam por aqui e, decerto, podem se interessar pelo debate proposto.
Enorme abraço e entusiásticos parabéns pelo trabalho que vens fazendo.

Anônimo disse...

Yúdice,
Conheço a Anna quando ela atuava na SDDH lutando junto com a Vera Tavares por Direitos Humanos.
Uma grata surpresa saber que está a frente de um projeto tão bonito.
Parabéns Anna continue semeando Esperança!!!