Sala 5 do pavilhão J, no campus profissional da Universidade Federal do Pará. Endereço da turma 020, do curso de Direito, referente ao vestibular de 1992.
Esse foi meu endereço ao longo de nove inesquecíveis semestres (porque no décimo fomos transferidos para uma outra sala, sem qualquer motivo plausível, já que nossa identidade estava consolidada em torno do signo "Jp-05"). Nunca nos chamamos de turma 020. Até hoje, quando qualquer um de nós se refere àquela época, alude à turma da Jp-05. Esses somos nós.
Para mim, aqueles foram tempos felizes, em que pese só me ter dado conta da extensão disso no dia 6 de março de 1997, quando o Prof. Egídio Salles Filho, de Filosofia do Direito II, nos entregou as notas. Apenas dois alunos tiveram que fazer prova final. Aquela data era o dies ad quem da entrega das notas, pelos professores, à secretaria do curso, para fins de integralização curricular. Ou seja, sofremos até o último minuto. No semestre derradeiro, ninguém foi para casa mais cedo. 55 dias mais tarde, em 30 de abril, dia do aniversário da Etienne Elise (uma das integrantes originais da turma, que não se formou conosco), reunimo-nos com os componentes das três outras turmas no centro de convenções do CENTUR (então o único da cidade) para a nossa cerimônia de colação de grau. Ao todo, 155 bacharelandos — ou 157, como destaquei em meu discurso (fui o orador), incluindo o Paulo e a Cláudia, dois colegas falecidos durante o curso e ambos da minha sala.
Hoje, portanto, é nosso aniversário. Ocasião decerto esquecida pela maioria, mas não por pessoas como minha amada Erika Bechara, que nos mandou uma carinhosa mensagem pelo celular.
Gostaria de rever esses amigos tão queridos, com os quais a vida me presenteou. Uns poucos fazem parte de minha rotina. Alguns estão acessíveis. E outros seguiram seus caminhos. Mas todos cumpriram um papel importantíssimo, já que atuaram numa fase de consolidação da personalidade. Justamente por isso, há quem afirme que as amizades construídas nessa época são as que ficam para sempre. Deve ser. Já estivemos na fase dos jantares e confraternizações, depois passamos pela dos casamentos e agora estamos na dos filhos chegando ou ainda pequenos. É maravilhoso participar disso. Quem cultiva suas amizades pode compreender o que digo.
Aos meus amigos da Jp-05, um abraço extremamente agradecido e caloroso. Sejam excessivamente felizes, sempre.
7 comentários:
Voce esqueceu dos agregados como eu...conheci a Patricia nos tempos da JP5....abraços...!!!
Não me esqueci, não, Júlio. É que no open house da Odinha, durante as declarações emocionadas que aconteceram, ficou consignado que não havia agregados: todos foram plenamente acolhidos na grande família que nos propusemos ser. Observa que fiz alusão a casamentos e filhos, portanto falei contigo também.
Um abraço para ti, portanto, como membro legítimo de nossa confraria. Por favor, faz chegar a nossa querida Patrícia a notícia desta postagem. Lembranças carinhosas para toda a família.
Yúdice,
Apesar de não ter me formado com vcs, sempre me senti ligada a minha turma original. Cada vez que me lembro de alguns 'causos" me ponho a rir, rir e rir. Tempos bons...E o nosso impacto quando o Zé Carlos Castro, nosso querido professor de introdução a filosofia dizia: "esta mesa não é uma mesa"???????????
Olha, não é exagero dizer que acho que nossa turma foi uma das melhores safras do curso de direito da década de 90.
Beijos a vc e estenda aos colegas que há muitos anos não tenho mais contato,
Anna Lins
A história do Castro é uma de nossas lendas urbanas e nos diverte até hoje. Com certeza, a safra foi boa, pela qualidade das pessoas - desde o caráter, passando pelo conteúdo - e pela capacidade de produzir gafes, causos e histórias alegres e inesquecíveis. Tu és da tribo.
Meu querido, fico quase sem ter o que dizer tamanha a emoção de relembrar a JP-05. Temos que colocar em prática essa ideia de um reencontro urgentemente.
Quanto ao Júlio... tinha que se ele a reclamar o direito de agregado ahahahahahaha.
E olha que bom ter notícias da Ana Cláudia Lins.
Super beijos com carinho para todos.
Erikinha Bechara
Yudice querido,
No último sábado eu, Sérgio e Fábia (era da turma do Sandro) almoçamos na casa do Zé Maria, papo vai, papo vem a Tia Irene disse: vocês viram o que o Yudice escreveu sobre a formatura de vocês? Emocionada ela relatou o conteúdo do seu texto, dizendo, inclusive que queria ter o seu discurso por escirto (aliás, tens que me devolver a "fita" da nossa formatura).
E foi com emoção que passei os olhos em cada linha que você escreveu, você é uma pessoa muito especial na minha vida.
Neste dito sábado, aliás, constatamos as voltas que a vida dá. Fomos nos encontrar eu, Zé e Fábia, unidos em torno de um objetivo comum, qual seja a luta pela preservação do Parque Ecológico de Belém.
Nossos caminhos sempre se reencontram porque afinal nunca se separaram,
bj
Eli
Erika, meu anjo, não creio que estejas disposta a secretariar esse reencontro... (não podia perder a piada). Mas considerando que os acertos raramente dão certo, confio que haverá uma oportunidade, um aniversário, um casamento, em que estaremos de volta, juntos. Não vejo a hora.
Eliane, é curioso. Devo ter visto a mãe do Zé umas duas ou três vezes. Não sabia que ela tinha conhecimento deste blog.
O que encanta em criar laços com as pessoas é justamente que a vida seguirá e, nessas voltas, reencontraremos os amigos em diferentes situações, e isso sempre nos provocará emoções especiais. Sem dúvida, um dos maiores problemas da vida. É bom saber que agora vocês estão todos profissionais, defendendo uma causa, que por sinal me interessa muito.
Abraços.
Postar um comentário