O jornalista Guilherme Augusto, em sua coluna no jornal Diário do Pará, aborda há dois dias a suspeita atuação dos guinchos para a CTBel, empresa pública que dispensa apresentações. Claramente em favor das pessoas que tiveram seus veículos rebocados, às quais chama de "vítimas", as notas todavia pecam por não revelar maiores detalhes sobre a conduta dos próprios condutores.
Não duvido que haja um esquema por trás dessas operações e não me surpreenderia nada que ele fosse descoberto. Por isso, realmente acho que o fato deve ser propalado aos quatro ventos, a fim de, quem sabe um dia, alguém tomar providências. No entanto, se cognominei Belém, minha própria cidade, de capital mundial do egocentrismo, não foi à toa, porque nenhum prazer me dá constatar e comentar os defeitos que ela possui.
De todos os inúmeros problemas que o nosso caótico trânsito apresenta, um dos mais irritantes é a mania que cidadãos que se acham melhores do que todos os demais têm de estacionar em qualquer canto, obstruindo o tráfego. E isso ocorre com mais frequência, como não poderia deixar de ser, em frente aos colégios mencionados nas notas do jornalista. Ontem, ele falou sobre uma senhora que não demorou nem cinco minutos para resolver o seu problema. Hoje, sobre uma senhora que chegou atrasada para deixar o filho. Tudo bem, mas agora me diga: a primeira "vítima" estacionou em fila dupla por menos de cinco minutos? E a segunda, parou o carro onde? Se foi em fila dupla, afastado do meio fio ou obstruindo pontos de ônibus ou garagens, o local era irregular e a multa foi bem aplicada. O reboque foi merecidíssimo. Se, eu disse, notem bem.
Portanto, em vez de tratar essas pessoas como coitadinhas, seria necessário que Guilherme Augusto — a quem respeito, destaco — esclarecesse melhor o que as pretensas vítimas fizeram. Porque a maioria das pessoas que conheço, que dirigem nesta cidade, jamais tiveram seus automóveis rebocados. Portanto, suspeito, apenas suspeito, que as tais vítimas deram margem. E sendo a CTBel como é, caranguejo que dorme na praia a onda leva.
Insisto, pelo que vejo todos os dias nesta cidade há anos: motorista acertado pela CTBel na porta desses famosos colégios, estão errados até prova em contrário. A presunção, aqui, é de que estavam sacaneando os outros. Como faz a esmagadora maioria.
2 comentários:
Bom, vindo da Ctbel, nada me surpreende, vide aquela perícia canalhamente comprada pela empresa Guajará (falo mesmo, não sou baú).
Mas, de fato existem motoristas e motoristas. Há aqueles que trafegam por si e pelos outros, a fim de evitar quaisquer transtornos e afins; porém há aqueles que dirigem na base do "*oda-se": não dão sinal algum para mudar de faixa ou dobrar, muito menos ligam o pisca-alerta para parar no meio da rua. Dá raiva ao ver aqueles indivíduos que pensam ter comprado avenida toda e simplismente param nela, como por exemplo, toda vez que volto pra casa, por volta das 13 ou 14h, sempre tem um ser parado no meio da Avenida Nazaré, sem se importar se o trânsito está um caos ou não.
Enfim, já prometi para mim que minha próxima aquisição vai ser um "mata-boi", que fica no pára-choque, só para o caso d'eu criar coragem e dar uma encostada num acéfalo desses.
Folgo em saber, Gabriel, que minha opinião não está isolada. Mas, para ser bem franco, ficaria surpreso se fosse.
Quanto ao "mata-boi", sempre pensei nisso. Mas faltou capital para comprar o SUV que deveria acompanhá-lo. No fundo, Deus sabe o que faz.
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