O Peru fez hoje o que o Brasil, talvez, jamais fará: a condenação de um criminoso autenticamente poderoso. O ex-presidente Alberto Fujimori foi condenado, em seu próprio país (sem margem às críticas contra a Corte Internacional de Justiça), por crimes contra os direitos humanos. Isto depois de consumir duas horas enaltecendo a si mesmo e lançando a candidatura da filha Keiko à presidência da República.
É a primeira vez que um presidente latinoamericano é considerado culpado em casa por acusação do gênero, mesmo que o nosso continente seja pródigo em exemplos de brutalidades sem fim.
O fato concreto levado a julgamento foi a ordem dada a um esquadrão militar, para que matasse 25 estudantes e camponeses em dois massacres, oficialmente caracterizados como combate à guerrilha do Sendero Luminoso. Apesar da limitação da acusação, estima-se que em torno de 70 mil pessoas tenham morrido em conflitos durante o governo de Fujimori (1990-2000).
Naturalmente, o réu recorreu da condenação. Mas se a sentença for cumprida, para o septuagenário ex-ditador equivalerá a prisão perpétua. Tomara.
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