Sabe aquela história de encher um copo pela metade e perguntar a alguém se ele está meio cheio ou meio vazio? Pois é. Lembrei-me dela esta manhã, ao ver o noticiário sobre o julgamento dos recursos de apelação de Ronivaldo Guimarães Furtado e de Roberta Sandreli Monteiro Rolim, condenados por cárcere privado, tortura e morte da menina Marielma, então com 11 anos, em 12.11.2005.
A imprensa poderia ter alardeado o seguinte: Mantida a condenação dos assassinos. Mas preferiu destacar: Reduzidas as penas dos réus.
Foco, sempre o foco.
Como trabalhei detidamente nesse caso, esclareço que a redução das penas se deu por razões estritamente técnicas (aquelas que o leigo não compreende e mesmo assim fala mal), além de ter sido de pequena monta: para Ronivaldo, redução de quatro anos e, para Roberta, de três anos e meio. É menos tempo de pena? Sim, claro. Mas 48 anos e 33 anos e 6 meses não são pouco tempo. Digam o que disserem, não é pouco tempo.
Mais: o voto do relator deixa muito clara a gravidade incomum dos crimes cometidos. Nada foi minimizado.
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