sexta-feira, 31 de julho de 2009

É pena não termos cinema...

Que o Moviecom é um lixo, estamos cansados de saber. Venho dizendo isto desde que essa joça inaugurou. Clicando no marcador "cinema", você encontrará umas tantas postagens contando as peripécias da empresa que matou o outrora famoso slogan "cinema é a maior diversão", do Grupo Severiano Ribeiro (que saudade!). E como desgraça pouca é bobagem, Belém está tão no fundo do poço que acabamos com essa empresinha monopolizando as salas de exibição da cidade. Ou seja, aquele botão vermelho foi apertado contra nós.
O tempo passou e as coisas continuam como dantes. Eu e minha esposa tentamos ver um filme duas vezes esta semana e, para tanto, dirigimo-nos ao Castanheira Shopping (além de que o filme não está passando no Pátio Belém, não suporto aqueles cubículos que inauguraram lá). Na primeira tentativa, por distração nós dois nos esquecemos da promoção das quartas-feiras (ingresso mais barato). Somando-se isso às férias de julho, levamos um susto quando chegamos ao saguão do cinema: parecia um campo de refugiados! Nunca vi tanta gente espremida ali, numa fila que dava voltas e voltas.
Até aí, não se pode criticar o Moviecom. Mas podemos fazê-lo ao indicar que nem todos os guichês de venda de ingressos estavam funcionando (nunca estão) e que havia apenas quatro funcionários na bomboniére: dois caixas e dois atendentes. Resultado: mais fila, claro. Funcionários de menos para tanta demanda, característica do padrão de qualidade Moviecom. Fomos embora.
Hoje, fizemos a segunda tentativa. Três guichês estavam em funcionamento (logo, um parado), mas dois deles interromperam o atendimento para tratar de algum assunto com um supervisor ou gerente presumo que conferência de dinheiro. Portanto, apenas uma pessoa ficou atendendo, mas felizmente havia uma fila mínima. Quando informei o filme do meu interesse, a funcionária me fez uma advertência que você já deve ter escutado: o ar condicionado não está funcionando em sua capacidade plena.
Trivial. Mesmo quando, supostamente, tudo está normal, as salas do Moviecom são quentes e, portanto, desconfortáveis. Na última sessão, é impossível ficar ligado até o final da exibição. Volta e meia, somos avisados: o ar está reduzido. Eles estão sempre com problemas e nunca resolvem. Mas hoje eles bateram o recorde: a capacidade do ar estava em apenas 20%! Isso mesmo, 20%!
Imagine-se duas horas dentro de uma sala fechada, com pessoas expirando gás carbônico, e apenas 20% de refrigeração. Só não mandei ninguém para onde merecia porque, no Moviecom, ninguém escuta o consumidor, por mais que você grite.
Como os incomodados é que se retiram, fomos embora. Veremos o filme em DVD, algum dia. Coisas de uma cidade sem cinema.

5 comentários:

André Carim disse...

Concordo, amigo... Alem do calor e do ar viciado, acrescento o eterno defeito do site moviecom, que impossibilita a compra virtual de ingressos. Com a palavra o Marco Antônio...

. disse...

Belém é Sem tanta coisa, querido...
É até Sem Prefeito!

Ricardo Dib Taxi disse...

Sem contar que o critério para escolher quais filmes virão não passa nem na esquina de qualquer consideração cultural em sentido sério. Creio que o Moviecom poderia ter um pingo de preocupação com a cultura da cidade e trazer alguns filmes que, mesmo não sendo os mais vendidos,são as produções de maior valor artístico da atualidade e que, infelizmente, NUNCA estão em cartaz por aqui. Agora se o Ben Afleck e o Ingmar Bergman lidam com a mesma arte fica dificil dizer que o moviecom não tem preocupação cultural porque os incomodados devem ser poucos.
Quis frisar aqui esse outro ponto porque desses problemas estruturais que o senhor sabiamente colocou eu já estou igualmente farto!

Yúdice Andrade disse...

André, não sei quem é o Marco Antônio e, pelo andar da carruagem, é melhor eu não saber. Porque todas as vezes que tentei fazer reclamações diretamente ao Moviecom os seguranças barraram a minha passagem. Será que protegiam o teu amigo?

Essa é a falta mais grave, Waleiska. Sem dúvida. Infelizmente, como o Judiciário não dá andamento aos processos a que o nefasto responde (um criminal e uns tantos por improbidade), ele não é condenado e não perde o mandato. Logo, somos forçados a suportar a ausência de prefeito até 2013. Se aguentarmos.

Engraçado, Ricardo, embora a tua crítica seja muito mais profunda, não pensei nisso porque, devo admitir, esse problema em nossa cidade é muito mais antigo. Desde épocas em que ninguém falava em Moviecom, já padecíamos com uma programação voltada ao lazer imbecilizante e aos pipocões. Ou alguém dirá que via filmes de arte no Palácio, no Olímpia e no Nazaré. Podia até acontecer, mas só na passagem do cometa.
Os cinemas de arte eram a salvação, mas muito sazonal. Lembro-me de ter visto filmes maravilhosos lá. "Lawrence da Arábia" (sem cortes!), "A festa de Babette", "Os vivos e os mortos" e duas obras de Andrei Tarkowsky. Mas quase sempre em matinês.
O Líbero Luxardo, que cumpria essa função de nos fornecer filmes de arte, sempre foi devagar e parou por um longo tempo. Justiça seja feita, nos últimos tempos ele está mais atuante. Já vi dois filmes lá este ano.
Finalmente, no Maria Silvia Nunes vi títulos como "Plata quemada", um festival de curtas excelente e o "Anima Mundi". Mas ao contrário do Líbero Luxardo, ele está parado ultimamente.
Considerando a inevitável substituição dos cinemas pelo modelo Multiplex, que privilegia o rentável, não devemos ter maiores esperanças, meu amigo. Infelizmente. Quem vai esperar um empresário consciente por estas bandas, no quesito cultura?

André Carim disse...

Amigo: Fiz referência ao Marco Antônio Moreira, crítico de cinema, dono do Blog Odisséia e administrador do Moviecom aqui em Belém. O endereço do Blog é http://marcoantoniomoreira.blogspot.com/2009/03/ninho-vazio-no-moviecom-arte.html .