Estudante deve indenizar colega por xingamentos
Um estudante deve indenizar, por danos morais, uma colega de curso de pós-graduação por tê-la ofendido em um e-mail compartilhado com alunos e professores. A 13ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça de Minas Gerais determinou indenização no valor de R$ 4 mil.
Em 2007, alunos e professores de um curso de pós-graduação em Biologia Vegetal da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) mantinham contato por grupo de e-mail, com 52 pessoas. O líder da turma enviou para o grupo um e-mail ofendendo uma estudante por ela utilizar o endereço eletrônico para outros fins. Chamou a estudante de “imbecil”. E escreveu: “Sua retardada, pare de mandar e-mails inúteis e arrume alguma coisa melhor para fazer” (sic).
A estudante ajuizou ação de indenização por danos morais contra o líder da turma. Alegou que sofreu abalo psicológico ao ser humilhada e exposta ao ridículo perante aquelas pessoas de seu convívio social. O juiz Maurício Torres Soares, da 15ª Vara Cível de Belo Horizonte, julgou o pedido da estudante procedente e fixou o valor da indenização em R$ 4 mil.
Inconformado, o líder da turma recorreu ao Tribunal de Justiça. A senteça foi mantida. “Não é de bom tom um líder de turma se achar no direito de agredir verbalmente ou querer chamar atenção de uma colega chamando-a de ‘imbecil’ e ‘retardada’”, ressaltou o relator Francisco Kupidlowski. Segundo o desembargador, a veiculação do texto “teve repercussão e, definitivamente, de forma nociva à reputação da estudante, atingindo sua honra subjetiva”.
Com informações da Assessoria de Imprensa do Tribunal de Justiça de Minas Gerais.
Neste nosso mundo cada vez mais doente, a Internet se tornou o ambiente perfeito para o sempre crescente número de perturbados de toda ordem, que sentem necessidade de agredir os outros, mas são covardes demais para fazê-lo face à face, porque oferece as condições para morder escondidinho, sem sair da proteção de seu casulo.
Navegando por aí, observo como a virulência domina as pessoas e se exterioriza pelos mais inacreditáveis motivos. Como hoje os portais em geral permitem comentários em qualquer notícia publicada, vemos as maiores sandices. Por exemplo: o sítio é sobre carros. A reportagem é sobre um novo modelo. Os comentários deveriam versar sobre o tal carro apresentado. Mas as ofensas pessoais surgem logo de cara, pela mais absoluta incapacidade de tolerar a opinião alheia, mesmo que ela tenha se limitado a isto: "não gostei do design". Aí vêm os predicados violentos e as palavras de baixo calão. É inacreditável.
Numa rede mais restrita, as pessoas se contêm um pouco mais, pela facilidade de identificação. Mas volta e meia aparece um destemperado como o mencionado na notícia. Este, pelo menos, teve o que mereceu.
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