sexta-feira, 24 de julho de 2009

Alguns resultados do Exame de Ordem

O advogado Maurício Gieseler de Assis, de Brasília, mantém o Blog Exame de Ordem, onde encontrei o resultado do último certame em cinco Estados e no Distrito Federal o que ratifica a minha reclamação, feita ontem, de que as seccionais da OAB (agora estendo a crítica que fiz a nossa entidade paraense) parecem não ter nenhuma opinião sobre isso, embora fosse dever delas possuir uma e externá-la.
Das seis unidades federativas mencionadas, o melhor desempenho foi do Distrito Federal (27,56% nada expressivo) e o pior, novamente, de São Paulo (13,61%). Terão as seccionais de lá algo a dizer sobre isso?

7 comentários:

Ricardo Dib Taxi disse...

Caro professor, li um comentário anterior seu também preocupado com o exame da ordem e penso do seguinte modo.
É claro que, dada a importância do exame da OAB, os resultados deveriam e poderiam ser melhores. Porém, considerando que a prova é feita com vistas a decorar e não exige o menor senso crítico, sensibilidade social ou poder de argumentação, vejo as vezes esses resultados mais como questão de foco do aluno e da universidade do que um problema. Veja como exemplo a sua aula. Passei na OAB e claro que foi em grande parte graças ao senhor, mas afirmo sem erro que o senhor utilizou dezenas de aulas para tratar das coisas mais importantes da sua matéria (e que por isso não caem na OAB).
Logo, não vejo esses números com tanto pessimismo.

Lafayette disse...

Assim... deixa ver... errr.... gasp gasp...

Se eu fosse presidente da seccional, colocava o resultado num Outdoor, em um não, nuns 20, e embaixo, em letras garrafais:

VÃO ESTUDAR SEUS BANDOS DE PORRA!

PAREM DE FICAR FUMANDO MACONHA, SE ESBALDANDO EM BALADAS, ATÉ DE MADRUGADA NA JUÇIO CÉSAR, EM PONTO DE ÔNIBUS, TOMANDO CACHAÇA E FAZENDO PEGA, INDO ASSISTIR CHIECLETE COM BANANA (rsrs), COLAR, E....

VÃO ESTUDAR!

Yúdice Andrade disse...

Ricardo, concordo com a tua análise e é exatamente por isso que me preocupo com o exame de Ordem. Ao questionar a sua qualidade, nunca afirmei que ele não cumpre os seus objetivos. Pelo contrário, pode ser que ele os cumpra até demais! Só que, nesse caso, os tais objetivos seriam inconfessos e, portanto, passíveis de críticas. No final das contas, o que eu cobro da OAB é exatamente isso: que ela declare, de uma vez por todas, o que realmente pretende através do exame. Sem o papinho de defender a qualidade dos cursos jurídicos, que isso já conhecemos.
Por fim, realmente educar implica em tomar uma série de decisões sobre como abordar o conteúdo. Eu, de fato, enfoco muitos aspectos valorativos, sociais, políticos, que tomam tempo do técnico e que não são objeto de decoreba. Porque entendo que assim podemos oferecer uma boa educação. Eis a razão pela qual não leciono em cursinhos preparatórios para concursos.

Meu amigo Lafayette, fosse essa a opinião da OAB, eu gostaria que ela fizesse exatamente o que dizes. Porque seria melhor do que o habitual e sepulcral silêncio. Contudo, abstraindo a brincadeira, falando muito sério, tenho em mente os alunos que acompanhei, que eu sei serem competentes, honestos e esforçados, mas que não passaram no exame. Refiro-me aos que já superaram a fase da maconha, da esbórnia e da cola, ou que nunca estiveram nela. Porque os que se regem por esses comandos não contam com um milionésimo de interesse meu.
Estudar é a conditio sine qua non. O óbvio. Mas percebo que só isso não resolve. Então o que está faltando? Provas com outro enfoque? Correções menos cartesianas? Mais honestidade e humildade na apreciação dos recursos?
É disso que falo. Mas não fala a OAB.

Alan Wantuir disse...

Caro professor, quando iniciei o curso de Direito, imaginava somente estudar as leis, achava que se resumia a isso, ledo engano. O Direito é uma ciência, em seu sentido lato. Pra se chegar a um bom nível jurídico, não basta somente ir a uma faculdade, é preciso professores altamente qualificados, o que é difícil de se encontrar nas faculdades particulares de Belém, estudo em uma delas, e acima de tudo dedicação exclusiva aliado a conjunto de outras situações pra se chegar a um nível razoável de conhecimento jurídico. Eu acho que é por aí!

Yúdice Andrade disse...

Caro Alan, leciono numa faculdade particular e não é para defender o meu emprego que lhe digo, com toda a tranquilidade, que não vestiríamos a carapuça de tão contundente crítica. Entendo porque ela é feita, dada a conjuntura dos cursos jurídicos no país, hoje. O Pará apenas reflete isso. Mas há as boas iniciativas e as boas execuções dessas iniciativas. Não somos os únicos.
Não seria o caso, talvez, de pensar numa transferência de instituição? Afinal, o importante é assegurar uma boa formação.
Abraço.

Alan Wantuir disse...

Caro professor, é o que vou fazer ao final desse próximo semestre. E longe mim ofender os bons profissionais, ressaltando, que acesso o seu blog justamente pelas ótimas referências que me repassaram a seu respeito. Um abraço!!!

Lafayette disse...

A faculdade não faz o aluno. Esta é minha opinião.