terça-feira, 5 de abril de 2011

Pilantragem enquadrada

Em uma viagem que fiz com a família, ficamos alocados em uma fileira ruim (ou seja, qualquer uma, porque o avião inteiro é desconfortável), mas perguntamos à comissária se seria possível uma transferência para a primeira fila, que é mais larga. Ela nos respondeu que, tão logo concluído o embarque, se os lugares não fossem ocupados, nós poderíamos mudar para lá. E assim foi feito, o que nos permitiu um voo mais decente.

Em futuro próximo, passageiros precisarão
empurrar aeronaves "no prego"...
Essa é uma prática assaz comum, que não gera prejuízo a ninguém. Por isso, fiquei irritado ao saber, dia desses, que a TAM inventou de cobrar um tal de "assento de conforto": para fazer essa mesma transferência banal que mencionei, você tinha que pagar uma diferença de preço. Obviamente, uma cachorrada, porque a medida não gera nenhum custo adicional, que precisasse ser compensado. Era, simplesmente, mais uma iniciativa calhorda para arrancar dinheiro do cliente. Com isso, a empresa se beneficia até mesmo em voos mais vazios.
A safadeza, contudo, pode acabar a qualquer momento: a TAM acabou de ser autuada pelo PROCON de São Paulo e, se sua defesa for julgada inconsistente, pode ser obrigada a pagar uma multa com valor de até 6 milhões de reais.
Só tenho duas palavras a dizer: bem feito.

3 comentários:

caio disse...

A Gol se celebrizou por oferecer voos a baixo custo com a contrapartida de oferecer, quando muito, uma barra de cereal na refeição, o que não mudou quando virou uma major. Os preços é que mudaram, para cima. Um de meus últimos voos foi por ela, e eles já vinham oferecendo uma refeição mais "completa"... se pagássemos a mais. Tavam até com cardápio disponível...

Mas, de fato, essa da TAM consegue ser mais grave.

Yúdice Andrade disse...

Quando a Gol apareceu, fiquei empolgado com ela. Mas, pelo visto, todo mundo ficou e, logo, as passagens estavam tão caras quanto as da TAM. É como supermercado: um produto está mais barato, outro está mais caro; existe uma promoção aqui e um preço abusivo acolá. Bem sabemos como temos penado nesses últimos anos.
Nessas horas, a concorrência ajuda, mesmo que não resolva, já que no Brasil o povo quer mesmo é ganhar dinheiro tapeando o consumidor. A chegada da Azul trouxe um alento porque, ao menos, veio com uma proposta mais decente: aeronaves novas (e não reaproveitadas), mais espaçosas e com algumas comodidades (as telas individuais). O resto fica por conta do estilo baixo custo, que não permite mordomias.
Ainda não tive a oportunidade de viajar pela Azul. Continuo aguardando essa chance.

Frederico Guerreiro disse...

Justiça seja feita.
Se essa por... ao menos saísse no horário programado...