quinta-feira, 7 de abril de 2011

Quem matou as crianças?

"O Provocador" ataca de novo. Não quero fazer minhas as pautas dele, mas não tenho como deixar de recomendar a leitura do texto em que ele, reportando-se ao primeiro massacre escolar da história do Brasil, divide a responsabilidade do atirador com cerca de 65% da população brasileira. O motivo está relacionado ao famigerado referendo sobre a comercialização de armas de fogo no país, de 2005, vencido pela indústria armamentista, que soube explorar muito bem o alarmismo e o talento natural de expressiva fatia da população em se deixar manipular por setores mais inteligentes e muito menos honestos.
Afora a conclusão sensacionalista, que não pode ser descartada de todo no plano pragmático, subscrevo a ideia e o estilo do texto.

Por oportuno: http://g1.globo.com/Tragedia-em-Realengo/noticia/2011/04/especialistas-defendem-mais-rigor-no-controle-de-porte-e-venda-de-armas.html

Por outro lado: http://noticias.uol.com.br/politica/2011/04/08/bancada-da-bala-descarta-culpa-da-industria-de-armas-na-tragedia-no-rio.jhtm (Preste atenção nos partidos da "Bancada da Bala": típico...)

5 comentários:

Maíra Barros de Souza disse...

Como boa drammática que sou, gosto do tom polêmico do "Provocador".
Indiquei esse mesmo texto no meu facebook, creio que estimule algumas cabeças a pensar.

E quanto a "Bancada da Bala", esta tem os políticos que merece, os Demos!

Abraços professor!

Anônimo disse...

Francamente. Você quer que seja educado ou posso falar a verdade?
Você já pensou que a tua filha Núbia poderia estar naquele massacre no RJ?
Pense nisso seriamente.
Sinceramente...

Yúdice Andrade disse...

É engraçado, não, Maíra? Desde ontem, os políticos estão ávidos por restrições ao comércio de armas. Sarney falou em tolerância zero. Agora todo mundo é da paz, menos aqueles que, por compromi$$os anteriores, não podem fugir da raia.

Das 17h17, eu sempre penso nas coisas ruins que podem suceder a minha filha, que não se chama Núbia. Por isso a minha preocupação em protegê-la e, principalmente, em educá-la. Se você não gostou da crítica que fiz ao resultado do referendo de 2005 (provavelmente porque votou "não" e se ofendeu por ser chamado de manipulável), não pense que seu comentário se torna auto-explicável por causa disso. Não vi seriedade, sinceridade, nem sequer clareza na sua reclamação.
E não precisa me explicar! Por favor, não tente.

Jean Pablo disse...

Concordo em partes.

Li a coluna citada e direcionar parcela significativa do evento à arma é, no mínimo, omitir-se da complexidade que possui.

Da mesma forma que fazem aqueles "especialistas" na tentativa infeliz de atribuir ao "bullying" (palavra da moda) a causa das mortes.

Adoção cumulada com rejeição familiar, aspectos religiosos deturpado e fortes, escárnio público na escola, introversão, personalidade, orportunidade, etc., são alguns somente dos atributos que contribuíram.

A arma foi somente o meio e que poderia ter sido adquirida das mais diversas formas.

Votei a favor da proibição das armas, na oportunidade, mas tenho a plena consciência de que não foi ela a culpada.

Abraços

Yúdice Andrade disse...

O problema é muito complexo, sim, Jean, por isso tem muitas causas. O fato de ser um reducionismo colocar isso na conta da arma de fogo utilizada não significa que isso também não seja relevante (inclusive no plano da causalidade material, do Direito Penal).
Não cometerei o desatino de dizer que foi só a disponibilidade da arma, ou só o bullying. No final, pode ser que a causa determinante mesmo seja apenas a esquizofrenia que se acredita fosse o rapaz portador. Mas também não podemos limitar a isto a questão, sob pena de deixarmos as coisas mais fáceis para quem é, apenas, um criminoso armado.