Que a política nunca teve uma lógica que pudesse ser declarada de viva voz e que nela boi voa e bolsos incham - embora nunca os nossos -, todos sabemos. Contudo, este ano a confusão e a indecência provocam efeitos curiosos. Aqui no Pará, Lula aparece elogiando os méritos e a capacidade de trabalho de Priante para, instantes depois, reaparecer no programa da Ana Júlia. Cheguei a pensar que com o mesmo terno. Para manter um mínimo de "coerência" (vamos consentir que isso seja possível), elogia o Priante mas não pede votos para ele, falando na Estrela como governadora do Pará.
Já no vizinho Maranhão, na propaganda da incansável Roseana Sarney, com a efígie forjada na mais pura madeira de lei, o programa ensina a votar. Manda digitar "25" para governador mas, quando chega em presidente, diz apenas "escolha o seu candidato". Tem lógica (vamos, de novo, consentir que isso seja possível). Afinal, Roseana é do PFL, que apoia o Geraldo Ai-de-mim. Mas é filha do senador amapaense que virou general de brigada do Presidente Lula. Logo, não apoia abertamente nenhum dos dois.
Aposto que, para ela, tanto faz. Frustrada em Brasília, vai mesmo continuar a casinha na terra natal. E, por sinal, o Palácio dos Leões está em reforma para receber, provavelmente, a candidata líder nas pesquisas.
Que falta faz a alfabetização política!
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