Em agosto de 2004, Antônio Jairo de Oliveira Cordeiro foi vítima de um assalto, no qual levou um tiro. Em decorrência das lesões, ficou tetraplégico.
Antônio Jairo é juiz de Direito. Foi afastado das funções judicantes para tratar de sua saúde.
No último dia 16 de agosto, o Pleno do Tribunal de Justiça do Estado decidiu aposentá-lo por invalidez. Pesaram argumentos econômicos, tais como os investimentos que seriam necessários para dar-lhe condições de trabalho. O juiz e a Associação dos Magistrados do Estado do Pará pediram reconsideração e, anteontem (20/9), o pedido foi acatado. O TJ tomou uma decisão de primeiro mundo.
Resolveu que o magistrado retornará às atividades gradualmente, em comarca próxima e já adaptada para cadeirantes. Ele trabalhará usando equipamento eletrônico e software decodificador de voz, além de órteses de membro superior direito, que lhe permitem assinar. Será avaliado semestralmente por uma equipe médica interdisciplinar e pela Corregedoria de Justiça, sobre o cumprimento de seus deveres profissionais.
Antônio Jairo é uma vítima da violência urbana, que pessoas mal intencionadas pretendem reduzir a uma "sensação de insegurança". A despeito de suas limitações físicas, tem preservadas as suas capacidades cognitivas. Não poder trabalhar e se sentir útil à sociedade implicaria em ampliar seu sofrimento, transformando-o num espírito aprisionado ao corpo. Nestes tempos em que se defende a inclusão dos portadores de necessidades especiais, o TJ estaria na contramão da História se o condenasse ao ostracismo. Graças a Deus, prevaleceram o bom senso, a solidariedade e a dignidade humanas.
Acabamos de ter uma demonstração importante de que os portadores de necessidades especiais merecem respeito e podem ser produtivos e, acima de tudo, mais felizes.
2 comentários:
Um excelente notícia mesmo! A decisão do TJ deve ser bastante enaltecida.
Bom exemplo que deve ser louvado.
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