Em setembro completarei 9 anos de atividades no CESUPA. Ao longo desses anos, deixei o meu carro guardado num estacionamento reservado aos professores, na 9 de Janeiro, que fica bem ao lado do Ed. Cap Ferrat, considerado um condomínio de alto padrão, onde há cerca de um mês houve um incêndio, noticiado pela grande imprensa.
Durante esse tempo, não foram poucas as vezes que atiraram objetos no nosso estacionamento. Guarnecido com um telhado de zinco, qualquer coisa que o atinja faz um barulho enorme, o que talvez motivasse o(s) delinquente(s) que vivia(m) repetindo a piada. Levei vários sustos, surpreendido pelo barulhão repentino. Não foram poucas as vezes, também, que gritei protestos em direção ao prédio. Jamais vi o(s) marginal(is). Cheguei a ir me queixar na portaria do prédio, numa ocasião em que quase fui atingido. O porteiro, contudo, dava de ombros e mal me escutava. Perguntado pelo síndico, dizia que não estava. Cumpria, enfim, o seu papel de proteger os seus condôminos — mesmo que não o merecessem.
Delinquência não punida se aprimora. Essa é uma verdade milenar. Ontem, o(s) meliante(s) do Cap Ferrat atacou(aram) de novo. Será o(s) mesmo(s) de 9 anos atrás? E se especializou(aram), também. Ontem à noite, jogaram uma bomba de São João na porta de uma casa em frente ao edifício, onde um grupo se pessoas se reunia para rezar. Uma senhora teve a perna chamuscada. O grupo ficou indignado, mas na portaria só obtiveram a resposta de sempre: o síndico não está. Na hora em que cheguei ao estacionamento, estavam telefonando para a polícia. Fui embora, por isso não sei como isso terminou.
Decerto não dará em nada. Como saber em qual andar reside o ser que se compraz em molestar os outros, em ver sua aflição, enquanto ele reina soberano, lá no alto? Um pequeno sociopata (se pequeno for).
É provável que sua família também ache que seu comportamento não tem nada demais. É apenas uma brincadeira. Vale lembrar que o mesmo argumento foi utilizado 10 anos atrás para justificar quatro playboys de Brasília incendiando um mendigo (na verdade, um índio) num ponto de ônibus.
Essa é a consequência de não se dar educação aos jovens. E de se sustentar essa infame e deplorável "cultura" de achar que há pessoas melhores do que outras.
2 comentários:
Yúdice, existe até uma música (pouco conhecida) que é o retrato perfeito da personalidade desses delinqüentes endinheirados. Segue um trecho:
"...É inacreditável quando eu saio na rua e vejo
Pessoas que querem mostrar que são melhores que eu, melhores que você
E se acham melhores porque nasceram num berço coberto de ouro
Se esquecem que na vida tem que batalhar pra se manter..."
Música: "Cada Vez Mais".
Banda: Move Over.
Solidarizo-me com você, caro amigo. E o aconselho a chamar a polícia, da próxima vez, pois essa situação é um verdadeiro absurdo. Chame e aguarde o desfecho da situação.
E mais: não aceite quando o porteiro disser que "o síndico não está". Não existe isso. Na ausência do síndico, alguém (vice-síndico ou seja lá quem for) deve responder por situações como essa.
Um marginal babaca como esse precisa ao menos pegar um bom susto, para nunca mais repetir a graça.
Um abraço!
Adelino Neto
Adelino, aperece aqui uma outra característica ruim do brasileiro médio: a conformação. Como fui incomodado, mas não lesionado, deixei por menos. Estava ocupado, tinha o que fazer, não perderia meu tempo com questões menores. Foi assim que pensei e é assim que o brasileiro costuma pensar, dando enorme espaço para todos os que continuamente nos prejudicam: poderes públicos, prestadores de serviços, empresas, etc. Assumo o erro. Assim como meus conterrâneos, ainda tenho muito que aprender em matéria de cidadania.
Espero que as pessoas, ontem, que não conheço, tenham agido com maior firmeza e realmente levem o caso adiante. Alguém precisa se mexer, antes que comecem a, de fato, ferir pessoas intencionalmente. Afinal, o mal progride, se não coibido.
Postar um comentário