A imprensa deu ampla publicidade, na semana que passou, ao caso da estudante — de Direito, para variar — que forjou o próprio sequestro para extorquir dinheiro da própria mãe. O fato ocorreu no Distrito Federal e a garota, de apenas 18 anos, acabou presa após uma sucessão de trapalhadas (telefonar ela mesma para a mãe, disfarçando a voz, e pedir apenas 8 mil reais de resgate). Este último aspecto levou a polícia a desconfiar do sequestro e, sem dificuldades, elucidar o caso, prendendo a jovem em um hotel onde se escondera. Só mesmo uma mãe apavorada para não desconfiar de nada. Com o detalhe: trata-se de uma humilde manicure, que ficou desesperada com a situação.
Ao ser presa, a estudante soltou esta pérola: fizera tudo isso para saber se mãe a amava de verdade. Ou seja, o pedido de resgate era um teste de amor, não uma tentativa de sacanear a genitora.
A 2ª Turma Criminal do Tribunal de Justiça do Distrito Federal acabou de conceder habeas corpus à garota, numa decisão estritamente técnica: não se justifica a prisão na presente etapa processual, muito menos por causa de clamor público. A acusada é jovem, primária e tem endereço fixo. E aí está a ironia da coisa: o endereço é o da vítima do crime!
Não duvido que a mãe, como mãe que é, perdoe a filha e lhe dê todo o apoio possível. Mas não consigo imaginar a convivência dessas duas sob o mesmo teto. Talvez porque eu não me veja convivendo com alguém que fizesse algo assim comigo, com minha esposa, com minha mãe.
Sem dúvida, um drama familiar que Direito algum é capaz de resolver.
Um comentário:
Eu até gostaria de fazer um comentário sobre esse assunto, mas eu precisaria de umas 10 páginas, no mínimo, para me fazer entender... Inacreditável e lamentável essa história.
Ana Miranda.
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