sábado, 17 de outubro de 2009

Viagens sem motins

Há pouco mais de um mês, recebi casualmente duas sugestões de leitura. Não foram feitas para mim, exatamente, mas me interessei pelas obras. Acessei a Internet para saber mais sobre elas e, fascinado, tratei de comprá-las imediatamente. Não apenas elas, mas um outro romance de cada autor. Quatro livros, no total, até então desconhecidos por completo para mim. Mesmo com todos os compromissos, tratei de reservar um tempo para o deleite da leitura voluptuária, do qual andava precisado há tempos. Há cerca de meia hora, encerrei a leitura do quarto e último volume.
Estou absolutamente recompensado. O prazer da leitura, que dominou a minha infância e adolescência, retornou com toda a força, a ponto de eu ter dormido às duas horas desta madrugada, após um dia de trabalho, e ciente de que acordaria muito cedo esta manhã, porque não conseguia largar dezoito homens justos à deriva numa pequena lancha, em pleno Pacífico Sul, esperando a morte a qualquer momento. Eram as vítimas do motim na fragata Bounty.
Em pouco mais de um mês, fui de 1787 a 1943. Estive na Alemanha, Polônia, Inglaterra e Taiti, além dos meses passados em alto mar, cruzando continentes, temporada que rendeu ainda 48 dias à deriva no mar. Lidei com escritores, livreiros, policiais, com o Diabo em pessoa, nazistas, judeus, marinheiros e selvagens canibais. Foi um mês estonteante, proporcionado pela leitura, nesta ordem, de O menino do pijama listrado, O jogo do anjo e A sombra do vento. Sobre cada um, uma postagem identificada com o título do romance, que você pode encontrar através do marcador "literatura".
Sinto-me, contudo, meio órfão. A sensação só não agride porque tenho um bom acervo em casa, muitos livros comprados para ler algum dia. Agora que não consigo mais parar de fazê-lo, o dia pode ter chegado. Então vamos a outros mundos e outras épocas, outros estilos e objetivos. Começando, talvez, por algum ótimo autor brasileiro.
Boa leitura para você também.

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