O tempo e as experiências modificam as pessoas, todos o sabemos. Quando escrevi esta postagem sobre adolescentes transgressores alemães mandados à Sibéria, para fins "educacionais", em 25.1.2008, preocupava-me que alguém propusesse medida semelhante aqui pelo Brasil e tratei do assunto com aversão.
Hoje, contudo, depois de saber que está em nível nacional o caso dos adolescentes filmados em pleno ato de sexo oral num banheiro da escola, aqui em Belém, pergunto-me se eu não deveria abdicar de certos pudores e começar a ver com bons olhos certas medidas extravagantes. Afinal, enquanto uma meia dúzia de abnegados tenta convencer o resto do mundo de que nossa cidade e nosso Estado não são o reto do mundo, vêm umas figuras dessas e nos colocam, mais uma vez, nos noticiários nacionais, com a certeza de que seremos ridicularizados. Apesar de que essas coisas podem acontecer em qualquer lugar (se comparado aos bailes funk do Rio de Janeiro, o episódio é quase nada), a imprensa do Centro-Sul Maravilha agirá como se somente em Belém do Pará esses absurdos ocorressem.
Quanto ao caso em si, isento-me de tecer comentários — não que não os tenha (muito pelo contrário), mas em respeito aos envolvidos, já que estão expostos e humilhados perante as pessoas a coletividade.
Que tempos são esses...
4 comentários:
Pois eu prefiro abrir um jornal e ver a notícia de que jovens foram pegos fazendo sexo no banheiro de uma escola, de uma igreja, seja onde for, do que abrir um jornal e ver que jovens espancaram uma pessoa por causa da cor da sua pele, por causa da sua classe social, por causa da sua opção sexual, prefiro os jovens fazendo sexo à violência, à intolerância, à falta de respeito, à falta de humanidade, à falta de amor ao próximo...
Quem dera os problemas do Brasil se resumissem a jovens fazendo sexo oral na banheiro da escola...
Bom Dia!!!
Ana Miranda.
Ana, querida, o meu queixume foi quanto à exposição desfavorável que tivemos, mais uma vez, por conta desse episódio. No entanto, é fato que jovens usufruindo do próprio corpo é algo infinitamente mais palatável do que qualquer forma de violência. Contudo, mesmo sob essa perspectiva ainda teríamos um problema: além do ato sexual, ao que tudo indica, houve a intenção de registrar o evento e fazer uso dele, claro. Suponho que a menina, dona do celular que gravou a cena, estava interessada em alguma exposição.
Não fico confortável num mundo assim, sobretudo tendo uma filha.
Concordo contigo, o que eu quis dizer é que, se a exposição de Belém é por causa dessa história, nós temos no restante do país, a triste história de intolerância na atitude dos nossos jovens. O maior problema das famílias hoje em dia, é a troca de valores, quase todo mundo quer ser "famoso", não importando o que se faça para atingir esse objetivo. Infelizmente, a maioria das pessoas fazem questão dos seus 15 minutos de fama.
Bom dia!!!
Ana Miranda.
Bem, só posso dizer que se fosse minha filha ou meu filho, ficava sem celular. Indefinidamente. E teríamos (porque isso implicaria dizer que não tivemos até então) uma bela conversa sobre exposição da própria figura, em especial na internet.
:*
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