Para adentrar na composição, a mulher movimenta o carrinho do bebê e se distrai por um instante, conversando com alguém, deixando-o com a trava solta. O carrinho desliza para a frente e cai na linha do trem. Desespero. As pessoas na estação correm, numa tentativa de resgatar a criança, de apenas seis meses, mas não há tempo para fazer nada, pois o comboio já chegou e passa, inclemente, sobre a linha.
O corpo da mãe oscila. As demais pessoas ficam petrificadas, olhando a cena, impotentes.
Vendo as imagens por um noticiário de TV, esta manhã, ficamos perplexos. Mas a notícia não terminou ainda. O fato é que, por mais improvável que isso seja, o bebê do acidente foi arrastado por 40 metros e, no final das contas, terminou apenas com alguns arranhões.
O porta-voz da estação declarou à imprensa que se acredita que o fato inusitado não se tornou uma tragédia porque o bebê estava preso pelos cintos de segurança do carrinho — artigo que, ao menos no Brasil, ninguém utiliza. Reconheço que nós também não colocávamos em Júlia, porque ela se incomodava. Felizmente, somos sensatos o bastante para não fazer concessões no automóvel: para andar de carro, só na cadeirinha e devidamente amarrada.
Valeu, ó anjo da guarda!
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