terça-feira, 13 de outubro de 2009

Provas, muitas provas

Tenho colegas que se livram delas rapidamente. Eu, contudo, não aprendi a ser eficiente na tarefa de corrigir provas. Levo horas e horas para ler tudo e as horas se transformam em dias. Paro, penso, tento decodificar letras quase insondáveis. Tento interpretar frases que não parecem fazer sentido. E escrevo. Escrevo muito. Rabisco as provas, com correções e explicações, pois entendo que o aluno tem o direito de saber o que pensei ao ler o seu trabalho. Mas isso, claro, aumenta demais o meu.
Não tem jeito: só sei fazer assim.
Eis a razão de o blog ter ficado inerte hoje. Preciso de mais um tempo, depois retorno.
Um abraço.

4 comentários:

Dr. Paulo Marçal disse...

Fui seu aluno no CESUPA e posso afirmar que você foi um dos melhores professores que tive, não apenas na faculdade, mas em toda minha vida estudantil. Você é daqueles professores que se interessa pelos rumos do curso, dos alunos, estuda, prepara bem a aula (e não apenas fica repetindo a mesma coisa todos os anos letivos) e não tem um ar superior de "dono da verdade". Infelizmente, você é exceção, a maioria dos professores não está nem aí para nada, só lecionam pelo status de ser professor universitário e ter uma renda "extra", o aluno é apenas um detalhe, que muitas vezes é tratado com descaso, como se fosse um estorvo. Agora tem uma coisa: eu e a maioria dos colegas que foram meus contemporâneos na faculdade de direito não entendíamos de onde você tirava (ou concedia) décimos e até centésimos de ponto. Lembro que era comum você dar notas: 8,27; 5,22; 6,83, etc (vi você dar 10 duas vezes apenas - o que prova que ser rigoroso não significa ser autoritário ou odiado pelos alunos -quase todo mundo na minha época gostava muito de ti). Nós, alunos, achávamos curioso e até engraçado :). Mas você sempre cumpriu à risca o regimento de Cesupa que prevê, ou pelo menos prévia, que as provas deveriam ser corrigidas na presença do aluno ou, se assim não fosse, que o professor ficasse à disposição para esclarecimentos. Parabéns Yudice, você de fato faz jus e tenho muito orgulho de chamá-lo de PROFESSOR.

Anônimo disse...

Felizes são os seus alunos, espero que por esse país afora tenham mais professores que não se importem de "perder" seu tempo para que, até na hora da correção, informem seus alunos, não apenas os corrijam...Bom dia!!!
Ana Miranda.

Frederico Guerreiro disse...

Senhor que tirais o pecado do mundo, tende piedade deles... rs...

Segura nas mãos de Deus...

Yúdice Andrade disse...

Paulo, fiquei surpreso e emocionado com o teu comentário. Primeiro porque pertenceste às primeiras safras do curso, que nos deixaram já há um tempo. O mais comum é haver uma perda de contato. Por isso, fico feliz com a tua lembrança e com a preocupação de deixar um depoimento. Quanto ao teor dele, só posso te agradecer imensamente.
É fato que ninguém levava a sério as minhas notas fracionadas. Juro que havia uma razão decente para elas, mas com o tempo percebi que o método só me dava trabalho. Não faço mais isso.
Um abraço forte. Aguardo mais notícias.

Obrigado, Ana. Só espero que eles se deem ao trabalho de examinar a correção com vistas a entendê-la e aprender com ela, e não apenas pensando na nota.

Eles sobreviverão, Fred. Se Deus quiser!