Para fugir da mesmice, decidimos ver algo mais relaxante: The walking dead. Um programa familiar, bom para ver antes de dormir.
Um mundo pós-apocalíptico, onde não dá a menor vontade de viver. Ou de existir. |
Não são os zumbis em si, mas o fato de que todos esses filmes têm um ponto em comum: um dia os mortos se levantaram, sem mais nem menos, começaram a comer os vivos e com isso proliferar e, não importa o que se faça, o mundo acabou. Não há esperança, nem para onde ir. Essa perda total de qualquer sentido para a existência é o que me incomoda. E só me dei conta de quão longe ia esse mal estar na noite em que íamos ver o primeiro episódio da série e lá estava eu, incomodado, hesitante, perguntando-me se realmente precisava ver aquilo.
Comecei a ver e gostei.
The walking dead (por alguma razão, ninguém deu um título em português) é mais um trabalho muito bem realizado por uma produtora que tem dinheiro para gastar. O projeto foi posto nas mãos de um diretor e roteirista experiente e talentoso, Frank Darabont, e conquistou seu público numa primeira temporada de apenas seis episódios. Nestes tempos de cortes radicais nos gastos, seriado bem sucedido é o que consegue ser confirmado para o ano seguinte, mesmo que às custas de menos episódios, reduções salariais ou dispensa dos atores mais bem remunerados em alguns episódios. TWD conseguiu o seu lugar ao sol rapidamente.
Quadrinhos como obra de arte. |
O fato de ser uma bem sucedida graphic novel adulta deve explicar parte do sucesso da série televisiva, porque quadrinhos são idolatrados por seus fãs. Deturpar o espírito da história pode render inimizades absolutas.
TWD marca também uma mudança na transmissão dos programas pela TV fechada. Antes, demorávamos meses para ver programas já exibidos nos Estados Unidos. Hoje, com a pirataria através dos softwares de compartilhamento de arquivos digitais, a TV entendeu que precisa passar os seriados quase tão simultaneamente quanto possível, do contrário haverá perda de audiência. Por isso, eu e minha esposa acompanhamos a saga dos poucos sobreviventes de Atlanta um episódio por semana, como deve ser. Ontem vimos o último. Devo dizer, contudo, que achei meio decepcionante. A microtemporada foi legal, mas sua conclusão não provocou nenhuma emoção especial. A última cena é até meio chata.
Com isso, os zumbis invadindo o acampamento dos sobreviventes a seus desdobramentos geraram os melhores momentos do seriado até aqui e, por assim dizer, pagaram o ingresso.
Ano que vem tem mais.
3 comentários:
Fico feliz que não tenham traduzido o título, tenho medo do que poderia surgir da incrivel criatividade que os brasileiros tem pra traduzir essas coisas.
Tenho lido que a série só é boa até o 5° capítulo, por isso ainda não parei pra assistir. Quem sabe quando bater o tédio das férias...
Também esperava mais do último episódio. Vamos ver a próxima temporada. Gostei muito da série Men of a Certain Age na Warner, mas acho que não terá continuidade aqui no Brasil. Chegou a ver?
Ou seria algo ao pé da letra ou algo catastrófico, Manuela. Ou não. Às vezes a coisa funciona. Mas não li nada sobre o seriado.
Luiz, o episódio em si não é de todo ruim, só é insosso. E termina sem qualquer acontecimento instigante. Fiquei com aquela cara de "hein?!".
Nunca vi "Men of a certain age".
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