terça-feira, 28 de dezembro de 2010

População carcerária brasileira triplica em 15 anos

Em 15 anos, a população carcerária do Brasil triplicou, atingindo um total de 494.237 presos. Os dados fazem parte de um levantamento do Departamento Penitenciário Nacional (Depen), organismo do Ministério da Justiça, divulgado na segunda-feira.

Dados do Depen mostram que, entre 1995 e 2005, a população carcerária no país saltou de pouco mais de 148.000 presos para 361.402 – o que representa um crescimento de 143,9% em uma década. Atualmente, a população carcerária do país chega a 494.237 presos e o número de agentes penitenciários situa-se em 60.000 homens.
Ainda segundo o levantamento, o Brasil investiu 1,2 bilhão de reais em programas de modernização do sistema penitenciário nos últimos oito anos. Com o objetivo de aliviar o excesso de presos nas prisões dos diferentes estados, o governo pôs em funcionamento um sistema de prisões federais.
Segundo o diretor do Depen, Airton Michels, o sistema penitenciário federal reduz os motins, assim como o crime organizado: "Desde que começamos a operar as prisões federais, em 2007, reduzimos em torno de 70% o índice de rebeliões". As informações são da Efe.

A notícia acima, publicada na imprensa local hoje, levou-me ao site do Ministério da Justiça, onde se pode encontrar um link para os dados consolidados do sistema penitenciário brasileiro referentes ao período 2008/2009 (canto inferior direito, terceira coluna). As informações abaixo dizem respeito ao Estado do Pará:


Pode-se observar que, em um ano, o único número que caiu foi o de mulheres no regime semiaberto. Todos os demais indicativos são para cima. Não posso deixar de destacar, claro, uma das maiores causas do descalabro no sistema: o número de presos provisórios, muito superior ao de condenados. É um completo absurdo. Por serem provisórios, existe ao menos em tese a possibilidade de serem soltos adiante, abrindo espaço para outros na mesma situação, o que dificulta bastante a elaboração de planos de trabalho. Quanto mais estável o grupo, mais fácil (em tese) trabalhar com ele. Sem falar no fato de que prisão sem condenação provoca um sentimento grave de injustiçamento no indivíduo, o que não facilita em nada as coisas.
Em postagens futuras, e como consequência de um dos trabalhos de curso que orientei neste semestre, falarei um pouco sobre a relação entre ressocialização do preso e trabalho.

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