O povo que adora se cortar de inveja de Manaus talvez fique incomodado com informações trazidas pelo Censo 2010 do IBGE. É que, na lista das maiores regiões metropolitanas do Brasil, no intervalo de dez anos, Belém e Manaus trocaram de posições e agora é a capital amazonense que ocupa o décimo lugar.
Este fato não deveria trazer nenhuma perturbação. Afinal, o que está sendo considerado é apenas o aspecto populacional, o que nada tem a ver com índices de desenvolvimento. Enretanto, sabemos que, há anos, Manaus vem crescendo num ritmo muito maior do que Belém, que nem prefeito possui. O crescimento econômico pode ser sugerido pelo fato de que, nos mesmos dez anos, Manaus ganhou duas posições também numa segunda lista e hoje é a sétima cidade mais populosa do país, com 1.802.525 habitantes, ultrapassando Curitiba e Recife. Com o detalhe de que Recife possuía e continua possuindo a quinta maior região metropolitana. Naturalmente, as pessoas migram para onde acreditam haver oportunidades de trabalho e subsistência.
Ser uma cidade grande, contudo, traz enormes inconvenientes. A pressão por emprego, serviços públicos, educação, saúde, transporte e outros aumenta exponencialmente. Este fator, por sinal, ajudou a empurrar Belém para o buraco, já que a pobreza do interior paraense e mesmo de outros Estados nos fez virar ponto de atração para muita gente que, infelizmente, não encontrou seu lugar ao sol. Belém se encheu de favelas por causa disso, fenômeno acentuado a partir da década de 1980.
Para comparar, a minha queridíssima Florianópolis ocupa a vigésima posição no ranking das regiões metropolitanas, com 1.012.831 habitantes. Por lá, a conurbação é muito intensa e os Municípios do entorno da capital catarinense são pequenos e se confundem. Não fossem as placas, nem saberíamos onde estamos. Aposto que eles não pensam em subir nessa lista. Para quê? O que interessa é qualidade de vida e o gigantismo populacional nunca rimou com esse ideal.
A propósito, a RMB possui, atualmente, 2.040.843 habitantes. Mas eu gostaria de lembrar que o recenseador do IBGE não veio aqui em casa.
4 comentários:
Realmente Florianópolis é um exemplo em vários sentidos.
Mesmo com um governo de extrema direita, a qualidade de vida lá é adequada ao bolso local, com opções para todos os gostos e com qualidade.
Outra diferença é que lá vagabundo morre sempre afogado. Coincidência ou não, a cidade é bem segura...
Um governo, por sinal, com acusações de improbidade, algumas criminais, se não me engano.
Quanto aos afogamentos de "vagabundos", não estou a par. Perguntarei aos parentes que moram lá.
Como bem falastes, professor,se população fosse sinônimo de alguma coisa, não seria de qualidade de vida.
Antes morar na pequena suécia que na populosa Índia.
O problema é que não podemos dizer que a menor população da RMB em relação à de Manaus reflita em melhor qualidade de vida... Infelizmente.
Até nisso estamos perdendo, CT. Que lástima...
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