segunda-feira, 21 de março de 2011

Segurança — pessoal e do consumidor

I
O jornalista que escreveu matéria para o Diário do Pará sobre a maré alta de ontem, que invadiu o comércio e fez boiar uma infinidade de lixo, entrevistou um vendedor de peixe, que se banhava animadamente nas convidativas águas da Baía do Guajará. Questionado sobre o risco de contrair doenças, respondeu:
— Tá tranquilo. Eu tenho curso da Marinha.
E depois vocês duvidam das qualidades de nossas Forças Armadas! A Marinha Brasileira já ensina até como eliminar, com sucesso, vírus e bactérias, mesmo que você mergulhe num caldo de cultura!

II
O mesmo peixeiro vigiava os peixes que haviam restado das vendas do dia. Disse que ia gelar o que sobrou.
Aquele famigerado "Dr. Bactéria", que atormentava a vida de muitos num quadro do Fantástico, ensinou que alimentos devem permanecer no máximo duas horas fora da refrigeração. Carnes que serão consumidas devem, desde logo, ser refrigeradas e vendidas nessa condição. A rigor, não deveria haver um só açougue ou peixaria vendendo seus produtos em temperatura ambiente, ainda mais num clima superquente e úmido, como o nosso. Mas não há vigilância sanitária que dê jeito nisso. Está lá a Pedra do Peixe para provar.
Agora pense: o peixe já ficou ao ar livre durante horas, exposto a todo tipo de contaminação (ainda mais por estar cercado de água imunda). Depois foi refrigerado e hoje está lá, exposto novamente ao ar livre. Quem comprar, que tenha muita fé em Deus. Vai precisar.

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