Embora eu tenha dito que o processo de escolha de uma escola para nossa filha Júlia seria relatado aqui no blog, como forma de ajudar outras pessoas que estivessem em situação parecida, encarava isso como essas coisas que todo blogueiro escreve achando que será lido, mesmo que não seja. Curiosamente, às vezes somos de fato. E aconteceu de mais de uma pessoa me perguntar pelos textos que prometi escrever. Eles realmente queriam uma opinião, para auxiliar suas próprias escolhas.
Nossas ocupações diárias nos impediram de agir de modo mais metódico e o fato de as matrículas já estarem abertas (em muitos casos, com vagas esgotadas) nos pressionou a tomar uma decisão esta semana, a todo custo. Assim, os nossos trabalhos foram encerrados hoje. Júlia já está até matriculada.
Conforme prometido, escreverei sobre as escolas que visitamos. No final das contas, foram apenas três, mas aqui cabe uma explicação.
Quando começamos a nos preparar para essa tarefa, fizemos uma tempestade cerebral com os nomes de escolas de maior reputação. Esta pré-seleção sofreu logo os primeiros cortes. O primeiro: nada de escolas religiosas. A vedação foi minha. Sou muito turrão para certas coisas e defendo que a educação seja laica. Não para todos, não para o mundo, mas para a minha filha. Reconheço que pode ter havido um certo exagero de minha parte, mas assumo a responsabilidade pela restrição. O segundo corte foi no sentido de eliminar as instituições com fama de elitistas, pois a primeira escola influenciará profundamente os valores da criança e a construção de suas relações horizontais. Colocar Júlia em um ambiente onde as diferenças de classes sejam sentidas foi amplamente rejeitado por mim e por Polyana, por entendermos que tais escolas são lenientes com atitudes que, para nós, soam como inversão de valores. Assim, eliminamos logo de cara, sem direito a visitas, duas das mais famosas instituições da cidade. Uma delas foi riscada pelos dois critérios.
Ao menos três respeitáveis alternativas foram até consideradas, mas acabamos por eliminá-las sem visita por causa da localização. São distantes demais de nossa casa e, com o trânsito horroroso da cidade, não vimos viabilidade. Lara e Bernardo, filhos de amigos nossos, estarão em uma dessas, o CIEC.
Ficamos, assim, com quatro referências, mas uma delas foi eliminada esta semana por falta de receptividade, como expliquei na postagem "Eliminada da lista", aí abaixo.
Uma última alternativa — uma simpática e bem conceituada escola de bairro com 30 anos de tradição e que fica a alguns metros de nossa casa, uma alternativa natural portanto — foi considerada até o último minuto, mas deixamos de visitá-la porque Polyana já atingira o estado em que não adianta mais argumentar. A escolha já estava feita em seu coração.
Portanto, considerando um pouco mais de dez hipóteses, efetivamente visitamos três e uma delas acertou em cheio a d. Polyana. Ao longo do final de semana, portanto, relatarei essas três visitas. E a partir do próximo ano, conversaremos sobre o trabalho efetivamente realizado pela escola escolhida.
4 comentários:
Qual foi?
Fiquei lendo na expectativa de no final, finalmente, descobrir em qual escola a Júlia vai estudar e...nada! Fiquei na curiosidade. rsrs
Concordo em número, gênero e grau.
Não tenho filhos, mas qdo penso na possibilidade de vim a ter um, a questão escolar surge como algo que passará por um sr. crivo.
Uma das escolas que vc se refere, tenho certeza que é o Marista.
Meu pai estudou lá e amigos queridos tb, mas pelo que sei, naquele colégio ocorrem segregaçoes seculares.
Vá a comunidade do orkut "Marista-Belém" e leia o fórum com tópico "estudei no Nazaré e tenho traumas". Espero que sua visualização gere um post por aqui.
Liandro e Maíra, nehuma intenção de fazer mistério. É que ainda falta escrever as postagens sobre as visitas que fizemos. No final, nada mais natural do que explicar porque fizemos a nossa escolha.
Das 22h15, sim, estás certo. A escola citada foi a eliminada pelos meus dois critérios de corte iniciais.
Todo esse rigor na escolha de uma escola decorre da enorme influência que a instituição exercerá sobre o caráter da criança, no momento mais delicado de sua formação, porque é o momento de sua descoberta de que é uma individualidade. Fico impressionado com quem não percebe isso e reduz a coisa a um simples avaliar a infraestrutura e índices de aprovação.
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