Filmes comerciais sempre foram mais exibidos, tanto por serem produzidos em maior quantidade quanto por terem mais apelo público. Por isso, na Belém de antigamente, podíamos vê-los nas salas das duas redes disponíveis: Severiano Ribeiro e CineArt. Esta última, contudo, como o nome já sugeria, permitia-se exibir filmes de arte, vez por outra na programação regular, embora mais comumente em matinês dominicais.
Tínhamos ainda o Cine Líbero Luxardo, que exibia os filmes de arte pra caramba, os alternativos, os de mais difícil distribuição. Caminho semelhante poderia ter sido seguido pelo Cineteatro Maria Sylvia Nunes, da Estação das Docas, mas este sempre foi uma piada, sub-utilizado até não mais poder, tanto como cinema quanto como teatro. Sempre teve como função principal sediar eventos, alguns bem banais.
E para não ser injusto, poderia lembrar também o Nazaré II e o Ópera, exclusivamente dedicados ao mercado pornô.
O que quero dizer é que, em outras épocas, a programação de cinema na cidade variava um pouco. Você podia escolher categorias de filmes, conforme a rede procurada. Com todos os problemas e carências que vivíamos então, ainda era melhor do que a situação atual. A única mudança positiva foi a chegada do Cinépolis (você já se cansou de me ver escrever sobre isso), que trata o público com muito mais respeito do que a droga do Moviecom. Mas experimente comparar a programação das duas redes: é rigorosamente igual. Não há como escapar.
A ausência de variação já seria problema bastante, mas há um adicional: a absoluta prioridade que as redes comerciais dão aos filmes mais rentáveis. O negócio é blockbuster e bobajório. Filme de arte? Só em DVD ou pela TV a cabo. Quem sabe você encontre algo do seu gosto no Telecine Cult. Boa sorte.
Que lástima.
5 comentários:
Yúdice, sua postagem é muito apropriada para a discussão de um tema central na teoria de Habermas, a chamada colonização do mundo da vida pelos sistemas, sendo assim, permita-me a liberdade de incorporá-la a uma postagem de meu blog, adicionando meus comentários habermasianos. Se, no entanto, tiver alguma objeção a isso, nenhum problema, posso retirar depois, ok? Abraço!
É claro que podes, André. Aliás, tua autorização é prévia e presumida. Já te falei muitas vezes que me encanta essa tua capacidade de transformar ideias banais minhas em discussões filosóficas profundas.
Durante o final de semana visitarei o teu blog, para ler a postagem que me recomendaste. Teus textos não podem ser lidos com pressa, nas pausas de uma atividade e outra.
Amigo, obrigado pela autorização. Já terminei e publiquei a postagem, que aqui está: http://aquitemfilosofiasim.blogspot.com/2010/11/comentarios-habermasianos-uma-postagem.html
Entendo o que dizes sobre o tempo para ler com calma a postagem, mas é que fico ansioso para ter algum feedback dos leitores por quem tenho mais respeito entre todos. Por isso, por favor, seja agora, seja no fim de semana, não deixe de ler e comentar as postagens.
Abraços!
Yúdice
É uma injustiça dizer que o Cine Ópera só se dedica a filmes pornô. Na semana do Círio, sempre apresentam o filme "A Paixão de Cristo". Ao menos é o que está lá no letreiro.
Kenneth
Também estou na expectativa dessa leitura, André. Por isso mesmo quero fazê-las como se deve.
Ahahahahahahah
Kenneth, tens toda a razão. Eu me lembro bem dos letreiros do Cine Ópera durante a Semana Santa!!!
Postar um comentário