sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Mais uma da série "Lá e cá"

Longe de mim reforçar o complexo de fracassado, que acomete boa parte dos paraenses, mas às vezes certas comparações nos causam angústia.
Enquanto no Rio de Janeiro os policiais, inclusive das corporações especializadas, estão deixando até as funções administrativas para ir às ruas combater o crime, no Pará integrantes da briosa Polícia Militar são escalados, no horário do expediente (das 9 às 17 horas), para lixar, emassar e pintar a casa de um coronel. A "denúncia" chegou ao Ministério Público instruída até com DVD mostrando os castrenses na ativa.
O promotor de justiça militar Gilberto Valente já começou as investigações. Convocou os homens que aparecem nas imagens e estes confirmaram as acusações, aduzindo que trabalham gratuitamente e que não estão de férias, licença ou folga. A irregularidade pode levá-los a perder seus cargos e a responder criminalmente. É possível que eles se arrebentem. A grande incógnita é: o verdadeiro culpado disso tudo sofrerá alguma punição? E se sofrer, será efetiva ou meramente simbólica?
Já que estamos falando nisso, estive olhando as qualificações de José Mariano Beltrame, secretário de segurança pública do Rio de Janeiro e atualmente celebridade nacional por conta do caos no Rio de Janeiro, que ele conduz com uma estranha serenidade. Será que temos, aqui no Pará, alguém com as mesmas qualificações? E se temos, onde está essa pessoa que não assume o comando da política de segurança pública?
Vocês podem me responder a primeira pergunta. A segunda não precisa.

3 comentários:

Ana Miranda disse...

Fiquei sem entender: Os coitados dos policiais, que, com certeza, faziam a contra gosto, o trabalho "de grátis" na casa do chefe, é que serão punidos???
Eles não estavam cumprindo ordens de um superior???
Uai, sô, que trem é esse????

Anônimo disse...

Apenas uma correção Yudice: o secretário de segurança do Rio de Janeiro se chama José 'Mariano' e não 'Maria' conforme escrito no texto.

Yúdice Andrade disse...

É mais ou menos isso, Ana. Mas o fato é que eles cometeram mesmo uma falta funcional. A grande questão é: qual seria o certo? Negar-se e comunicar o fato à autoridade superior ao coronel. Falar é fácil. O que aconteceria se assim procedessem? Daqui por diante, sofreriam mais do que escravo no tronco, porque o superior ao coronel provavelmente mais se preocuparia em atender ao colega oficial do que em fazer o que é certo.
Mesmo assim, a atitude do coronel é punível. Resta saber se ele será alcançado pela Dona Justa. Aguardemos sentados.

Anônimo, não havia reparado no erro. Farei a correção. Grato.