quarta-feira, 16 de março de 2011

Para piorar

Em complemento à postagem "Terrores da infância oitentista", três abaixo desta, o Francisco Rocha Jr. me lembrou que o Merthiolate era aplicado com uma espécie de palheta que nossos pais sempre esfregavam no ferimento, para espalhar o líquido. Obviamente, a fricção piorava a dor, que já era a soma da lesão em si com o remédio ardido.
Aquela palhetinha era mesmo um nojo. Você esfregava no ferimento, às vezes sangrante, e depois enfiava de volta no frasco, fator de contaminação. Decerto que chega uma hora que não há antisséptico que dê jeito. Com o passar dos anos, a palhetinha sumiu e hoje é vendida a apresentação em spray, muito mais racional.
Não posso deixar de dizer, porém, que naqueles saudosos tempos ninguém ficava doente por utilizar o Merthiolate do vizinho. Fosse hoje em dia, seríamos contaminados com doenças dermatológicas, bactérias alergênicas e vírus de todo tipo, inclusive HIV! Hoje em dia, tudo contamina, tudo infecta, tudo traumatiza.
Êta mundinho difícil!

3 comentários:

Anônimo disse...

Pois é, Yúdice. Recebi um e-mail outro dia perguntando como as pessoas que nasceram antes 1986 sobreviveram. Entre os diversos hábitos considerados errôneos ou inaplicáveis, estava a utilização do Merthiolate. E não é que sobrevivemos mesmo?

Alexandre

Yúdice Andrade disse...

Sobrevivemos a coisas muito piores, a começar pelo modo como os alimentos eram acondicionados nos supermercados (que não eram esses portentos de hoje) e principalmente nas vendas que tínhamos perto de nossas casas.
Crianças não usavam cadeirinha nos carros, nem os adultos usavam cinto de segurança. Os exemplos são muitos, mas também é verdade que não tínhamos muitos hábitos nocivos de hoje. A alimentação, p. ex., era a melhor, pois a maldição do fast food ainda não se implantara.

Anônimo disse...

Pois é, muito bem citado. O Brasil em geral era muito melhor antes das influências dos gringos lá de cima.

Alexandre