sábado, 29 de novembro de 2008

1975

Esta é a postagem de n. 1975, que vem a ser o ano em que nasci. Vasculhando pela Internet fatos relevantes (dependendo, naturalmente, do ponto de vista) daquele ano, identifiquei:


— Vários pequenos países se declararam independentes: Moçambique, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Papua Nova Guiné, Angola, Suriname e Timor Leste. Quanto a este último, Portugal desistiu de tê-lo como colônia em agosto daquele ano, entregando o governo à Frente Revolucionária de Timor Leste. Contudo, dias depois (7 de dezembro), mesmo contra a insurgência da ONU, a Indonésia invadiu o país, à frente o sanguinário general Suharto, que promoveu um verdadeiro genocídio. A guerra pela independência mergulhou o país em longa e sofrida crise até tempos recentes, tendo havido a pacificação com apoio de tropas brasileiras.


— Em 25 de outubro, o diretor de jornalismo da TV Cultura Vladimir Herzog, preso pela repressão militar nas dependências do DOI-CODI, em São Paulo, "se suicida" por enforcamento, segundo dizem as autoridades. Na verdade, assassinado pela ditadura, num dos crimes mais célebres da História brasileira, ajuda a revelar para o mundo o que realmente se passava no Brasil, abrindo trincas na fortaleza do governo ditatorial do país. Ao lado, uma das fotografias mais famosas de nossa História, com a cena montada pelos militares. Aprendemos com o seriado CSI que mascarar uma cena de crime não é fácil nem para pessoas inteligentes. Que dirá...

— Reinstalação da monarquia na Espanha, com a assunção do Rei Juan Carlos I, no poder até hoje, após a morte do ditador Francisco Franco e o fim da chamada Segunda República Espanhola.


— A censura atinge a novela Roque Santeiro, um dos maiores triunfos de Dias Gomes, às vésperas de sua estreia e depois de ter sido autorizada, porque uma conversa do autor (admitindo que pretendia fazer "uma pequena sacanagem") com um amigo foi captada por um grampo telefônico. O Jornal Nacional de 27 de agosto divulgou um editorial explicando que o veto fora determinado porque a novela conteria "ofensa à moral, à ordem pública e aos bons costumes, bem como achincalhe à Igreja". Só pudemos assistir à novela dez anos depois, tendo se tornado um dos maiores sucessos da TV brasileira de todos os tempos.

— Lançamento do famoso livro Vigiar e punir, do filósofo e professor de História francês Michel Foucault (1926-1984), um tratado sobre a violência nas prisões que todos os meus alunos de Direito Penal II são convocados a ler e que continua atualíssimo.

— Falecimento do grande compositor russo Dmitri Shostakovich, em 9 de agosto, aos 70 anos.

É, 1975 não foi um ano nada insignificante. Ah, sim, e eu nasci. Isso me parece importante. Tô certo ou tô errado?
Se você souber de mais fatos importantes de 1975, agradeço a indicação.

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