Projeto de sucesso dá prêmio a professor
Quando o telefone tocou, na segunda-feira à tarde, a professora Maria Elizabeth de Souza não imaginava a boa notícia do outro lado da linha. Ela é uma das 31 ganhadoras do prêmio Professores do Brasil. Os docentes foram escolhidos por desenvolver projetos de destaque nas escolas públicas de educação básica onde atuam.
No dia 2 de dezembro, todos estarão em Brasília para apresentar o trabalho feito em cada região e no dia 3, receberão prêmios. São R$ 5 mil reais para cada professor, além de troféus e certificados expedidos pelo Ministério da Educação.
“Foi uma emoção, uma alegria imensa”, diz Elizabeth ao descrever a sensação de estar entre os escolhidos. O projeto que desenvolve – Semeando Educação e Colhendo Saúde – ensina os alunos a cuidar da higiene pessoal e do meio ambiente. “A gente busca qualidade de vida”, diz.
Entre as ações desenvolvidas, Elisabeth destaca as conversas com os pais para se ocuparem mais da saúde dos filhos. “Discutimos como prevenir os piolhos e sobre os direitos e deveres dos alunos em relação ao SUS (Sistema Único de Saúde)”, exemplifica.
Em relação ao meio ambiente, meninos e meninas plantaram mudas de árvores em áreas desmatadas e aprenderam a aproveitar melhor o espaço rural com a criação de hortas, jardins e pomares.
A professora Elizabeth dá aula nos anos finais (de quinta a oitava série) do ensino fundamental da Escola Municipal Antônio Cortez, na pequena cidade de Entre-Ijuís (RS), distante cerca de 400 quilômetros da capital Porto Alegre. Ela conta que, no seu caso, o projeto é de toda a comunidade escolar. “Aqui, o prêmio vai ser dividido”, comemora.
As escolas onde são desenvolvidas as experiências também são premiadas. Todas escolherão equipamentos audiovisuais ou multimídia de até R$ 2 mil. O prêmio Professores do Brasil está na terceira edição e teve 779 experiências inscritas em todas as etapas da educação básica. Foram 205 de educação infantil, 375 das séries iniciais de ensino fundamental, 98 das séries finais e 101 do ensino médio.
Foram escolhidos 31 projetos que ajudam a melhorar a qualidade da aprendizagem, contribuem para a permanência do aluno na escola, facilitam a participação da família e a formação ética, artística e cidadã dos alunos. São oito ganhadores da educação infantil, dez dos anos iniciais do ensino fundamental, sete dos anos finais e seis do ensino médio.
Na página do governo, a lista com todos os vencedores. Parabéns por fazerem a diferença na educação, na vida de seus alunos e nas suas comunidades.
3 comentários:
Não sei primo, não vejo com bons lhos tal premiação.
Cheira-me a um 'cala-boca' àqueles que criticam o ensino público. Ou seja, dão um prêmio a quem consegue transpor as mazelas das escolas públicas com investimentos baxíssimos.
Aí pronto, esquece-se que o Poder Público pensa em Copa do Mundo e reforma um estádio com R$ 50 milhões dos cofres públicos, enquanto a cidade de gama possui um hospital decente.
Enfim, mesmo assim merecem os parabéns os professores, mas devemos premiar àqueles que lutam efetivamente por um ensino melhor, através de lutas e protestos.
Abraços!!!
Por favor comentarista não acuse nosso esporte bretão de tal mazela. Ele é a alegria do povo.
Penso que há um pouco de teoria conspiratória no teu comentário, Jean. Não duvido de que possa haver esse sentido manipulador no prêmio, já que é uma iniciativa governamental. Realmente, se provarmos que se consegue fazer uma boa educação com poucos recursos, o governo seria menos culpado pelos baixos investimentos.
Esta é uma teoria previsível mas, honestamente, não creio que ela colasse. Se com baixo investimento posso fazer muito, com melhores investimentos eu poderia fazer muito mais. Acredito que mesmo o brasileiro médio seria capaz, hoje, de chegar a essa conclusão. Todo mundo sabe que a educação brasileira precisa melhorar, em todos os níveis, e não será sem dinheiro que isso será alcançado.
Daí resultar que premiar iniciativas individuais é importante, para motivar os que estão na linha de frente da educação, já que de todos os lados vêm fatores de desestímulo.
Enfim, trata-se de premiar o especial. Contudo, a exceção confirma a regra. E portanto voltamos à conclusão de que para o governo não há desculpas: ele deve agir.
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