Acabo de saber, pela coluna Repórter Diário, que a bodega que atende pelo nome de "Botequim", na Gentil Bitencourt — sobre a qual já escrevi aqui, relatando o inferno que provoca em seu entorno —, foi fechada pela Polícia Civil na última quarta-feira, numa das ações da Operação Zumbido. O motivo foi a pressão sonora acima do dobro do permitido por lei (55 decibeis).
A vizinhança respira aliviada. Além de poder dormir, pode exercitar aquele famoso direito de ir e vir, que em Belém do Pará — a capital mundial do egocentrismo — vale quase nada, a considerar como a Gentil ficava quase bloqueada pelo excesso de veículos particulares e de táxis, deixando apenas uma nesga para os demais cidadãos passarem, se quisessem. Isso sem falar na multidão andando de um lado para o outro cheia de álcool no sangue, prontas para uma confusão, além de urinar em qualquer canto.
Parabéns à polícia. Pena que o problema tenha sido "só" poluição sonora. Um estabelecimento assim simplesmente não poderia funcionar, num lugar civilizado.
Civilizado, bem entendido.
2 comentários:
Aí está, uma coisa que sempre tentei entender e à qual te referiste tangencialmente: esse excesso de egocentrismo em Belém. Não só em situações casuais, para com desconhecidos, mas também no dia-a-dia, vindo de conhecidos (por vezes até queridos), em relação a nós ou a terceiros. E não sei qual é pior, se é que se pode escalonar o egocentrismo e/ou o egoísmo. Talvez, por seja algo que me incomode demasiadamente e essa seja a cidade em que eu cresci e vivi, posso ter ficado com uma impressão muito maior do que a da realidade. Ainda assim, me parece lamentável que uma cidade tão rica em cultura, recursos naturais, religião, com pessoas tal calorosas, necessitando mostrar tudo isso para o resto do país, do mundo, carente de atenção e turismo, em vez de crescer com o próximo, tenha simplesmente optado por cultivar sua própria cicatriz abdominal, de onde nada mais germina além da boa lembrança do cordão umbilical que ali existia. Logo este, que deveria remeter ao mais lindo acontecimento altruísta da humanidade: trazer ao mundo um novo ser.
Minha querida, eu me referi tangencialmente ao egocentrismo nesta postagem. Contudo, em diversos momentos, aqui no blog, abordei questões que se fundamentam na mesma crítica. Infelizmente, parece ser uma característica arraigada no belenense, por mais odiosa que seja.
Mas é a educação que pode mudar as pessoas. Então nosso dever é educar quantos pudermos. Abraços.
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