terça-feira, 11 de novembro de 2008

Noticiazinha tendenciosa

Indústria de multas
Um guarda da CTBel fez a festa na tarde de domingo, 5 de outubro, dia do primeiro turno da eleição. Estrategicamente posicionado em frente ao Colégio Nazaré, ele multava furiosamente os motoristas que encostavam ali em fila dupla, com um dos cônjuges no volante, para aguardar uma vaga enquanto o outro ia votar. Somente agora, com a chegada das notificações de cobrança, é que muitos condutores se deram conta de que foram vítimas do ardiloso agente de trânsito.
Repórter Diário, hoje

Se não o próprio colunista, alguém ligado a ele foi alvo de uma dessas multas. Só isso para explicar o ódio revelado pela nota. E o que é pior: sem razão alguma. O próprio texto informa: os carros pararam em fila dupla. Se o fizeram, merecem a multa. Simples assim.
Como sempre digo, Belém é a capital mundial do egocentrismo. As pessoas aqui não se pejam de modo algum em causar todo tipo de transtorno para os outros. Parar em fila dupla é um dos exemplos mais corriqueiros dessa personalidade odiosa. E onde isso ocorre com mais frequência? Justamente em frente aos colégios tidos como de classe A, onde o colunista deve ter algumas relações. Eu, que já fiquei preso em engarrafamentos causados pelas filas duplas e triplas do Colégio Nazaré incontáveis vezes, sei bem disso. Em Belém, o Código de Trânsito tem um artigo a mais: ele diz que, se ligar o pisca-alerta, pode parar em qualquer lugar, pelo tempo que se quiser.
O ódio do colunista transparece na linguagem ("furiosamente", "ardiloso") e no momento em que ele se trai, dizendo que um cônjuge permanece no volante (o certo seria ao volante) enquanto o outro vai votar. Nesse ato falho, ele contou a própria experiência. Duvido que somente casais tenham recebido a tal multa.
Longe de mim defender a CTBel, que é uma das maiores inimigas da cidade e já me causou danos, pessoalmente. Mas se vamos reclamar, que seja com justo motivo. Mas se o sujeito está em fila dupla (não me venha com esse papo idiota de "é rapidinho" nem me diga que aos domingos o trânsito é menor), falando ao celular ou em cima da calçada, para citar infrações rotineiras, que se manque e aceite as consequências do seu ato.
Minha proposta ao colunista: vou estacionar meu carro bem na frente de sua garagem enquanto minha esposa, rapidinho, resolve algum assunto. Pode ser num domingo. Mas numa hora em que ele queira entrar ou sair. Quero ver o que ele achará disso.

4 comentários:

caio disse...

professor, sensacional sua observação sobre o "artigo a mais" do CTB! hahahaha!

Tanto que a incluí no artigo de Belém na Desciclopédia (http://desciclo.pedia.ws/wiki/Bel%C3%A9m), do qual eu e outro colega de sala contribuíamos assiduamente (ultimamente, demos uma parada. Ainda coloco algo ali uma vez ou outra). Quando tiver um tempinho, veja na seção "Trânsito".

Abraço!

Leo Nóvoa disse...

Concordo com o Sr. professor, que muitos justificam seus erros com pequenas escusas que supostamente seriam maiores do que o dano que causam ao próximo.
Agora há de ser dito também a vilania da instituição denominada CTBEL, e a natureza maldosa de seus funcionários (vermelhinhos), que acabam por ser a engrenagem da tão falada indústria de multas paroara.
A propósito, veja também o artigo da Desciclo, que eu e o Caio praticamente fizemos, e que ele colocou aí em cima, a respeito das verdades escrachadas de Belém, muito verdadeiras, por sinal, apesar de duras.
haha

Abraços

Yúdice Andrade disse...

Então os senhores são os responsáveis por aquele texto, hein?
Confesso que ri algumas vezes, mas em outros momentos me ficou uma certa perplexidade. Mas é o espírito da Desciclopédia.
Aproveito para lhes pedir que corrijam uma injustiça: lá está dito que no bairro da Marambaia não há uma árvore sequer. Que injustiça! Há muitas praças arborizadas nos conjuntos habitacionais e o bairro é cercado pelos terrenos da Marinha e do Parque Ambiental de Belém, por um lado, e pelos da Aeronáutica, por outro.

caio disse...

haha. O esqueleto e espinha dorsal fomos nós sim. Mas nos distanciamos ao final do ano passado, e várias outras pessoas começaram a dar pitacos ali, muitos pesados demais, especialmente na descrição dos colégios, dos bairros (incluindo aí o detalhe da Marambaia) e das ditas "modinhas", que já não foi coisa nossa.

Mas aqui não seria espaço para discutirmos demagogicamente nossa contribuição, hehe. Abraço, professor!