Bonito para a nossa cara. Segundo Yohei Sasakawa, embaixador da Organização Mundial da Saúde para a eliminação da hanseníase, dentro de seis meses, o Brasil será o único país do mundo a não ter eliminado a hanseníase. Bonito, não? Fica ainda mais quando se destaca, como faz o embaixador, que o único motivo para esse vexame é "falta de boa vontade", porque no Brasil o tratamento medicamentoso é gratuito. Ou seja, não falta dinheiro nem remédio. Deduz-se que o problema é de vergonha na cara, mesmo.
Apesar de o bacilo Mycobacterium leprae ser transmitido pelo ar, de modo que a doença pode ser adquirida pelo contato com uma pessoa infectada, que falou, tossiu ou espirrou perto de nós, e considerada endêmica em regiões tropicais, a hanseníase é também uma doença associada à pobreza, tanto que quatro países pobres e o Brasil concentravam nada menos que 90% dos casos conhecidos. Por conseguinte, as inversões de prioridades sociais e a corrupção, que costumam ser endêmicas em países sub-desenvolvidos, têm forte relação com o desfavorável quadro epidemiológico.
Agora me diga se tem cabimento que um país como o Brasil, agora uma das maiores economias do mundo, ainda ter hanseníase em seu território. E tantos casos como têm.
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