quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Telas do MASP recuperadas

O lavrador de café, de Cândido Portinari, e Retrato de Suzanne Bloch, de Pablo Picasso, voltarão ao acervo do Museu de Arte de São Paulo — MASP, 20 dias após terem sido furtadas. Se a operação criminosa transcorreu com precisão cirúrgica, a polícia decidiu não ficar atrás: agiu com responsabilidade, discrição e eficiência.
Dez dias atrás, um dos suspeitos já fora preso, mas o fato foi mantido em sigilo, para não atrapalhar as investigações. Daí se afunilou a busca, até ser montado um esquema de vigilância no Município de Ferraz de Vasconcelos, região metropolitana de São Paulo, onde foram recuperadas as telas e presos outros criminosos. Parabéns à polícia paulista pela excelente trabalho.
Quando houve o furto, surgiram aqueles tradicionais comentários depreciativos ao Brasil, como se o furto de obras de arte não ocorresse em nenhum outro país. Pelo contrário. Há obras valiosas desaparecidas há anos, das quais não se têm notícias. E sumiram de museus dos mais respeitados. Ou seja, o MASP não foi o primeiro nem será o último. Além do mais, dada a natureza da res furtiva, esse tipo de crime costuma envolver quadrilhas bem organizadas, de alcance internacional e com as costas largas, representadas por gente milionária e sem caráter, que deseja as telas para si. A condenação de dinheiro em excesso sem nenhuma ética tem custado caro ao mundo.
Mas o Brasil deu mostra de competência e em menos de um mês o patrimônio foi recuperado. Logo, estará disponível aos admiradores da arte.

2 comentários:

Francisco Rocha Junior disse...

A polícia pode estar de parabéns, mas o MASP não. O local onde estavam as obras não possui alarme, sensor de movimento ou vigilância serrada (parece que havia somente dois ou três vigilantes para o prédio todo), nem estavam seguradas. É plausível imaginar um patrimônio de mais de R$ 100.000.000,00 (sem falar no valor artístico) sob tal segurança?

Yúdice Andrade disse...

De fato, o que se divulgou acerca das condições do MASP é de nos fazer corar. O que torna ainda mais meritório o trabalho da polícia. Espero que a terapia de choque da casa arrombada surta efeitos e o MASP invista a sério em segurança. Até porque, se não o fizerem, depois dessa publicidade, pode ser que as quadrilhas estrangeiras venham fazer o serviço.