Está previsto para depois de amanhã, quinta-feira, o anúncio pelo Ministro da Justiça, Tarso Genro, de um reajuste na tabela das multas de trânsito, que ficarão cerca de 60% mais caras. A medida foi decidida porque há oito anos não havia reajustes e, declaradamente, para coibir condutas que têm mantido elevados os índices de acidentes no país, especialmente os que acarretam lesões graves, incapacitações e mortes.
As infrações gravíssimas acarretarão multas superiores a novecentos reais.
Pessoalmente, considero a legislação de trânsito brasileira até branda. Há países em que um único avanço de sinal acarreta perda da habilitação, com direito a reavê-la após alguns meses, se o interessado fizer um curso de reciclagem (e sem cara feia). Aqui, o gosto pelo perigo, pela irresponsabilidade e pelo menosprezo ao semelhante, além da corrupção, precisam ser coibidos por instrumentos mais enérgicos e eficientes.
O problema é que, em vez disso, só se quer multar e, o mais das vezes, sem critério algum. Pelo menos, assim é em Belém do Pará. Resultado? O efeito supostamente educativo da multa desaparece e o infrator, sentindo-se prejudicado pelo poder público, não muda a sua conduta e ainda sente prazer em desafiar a autoridade.
Aí morre mais gente, num interminável círculo vicioso.
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