Bar que tem mesa na calçada da Brás de Aguiar está impedindo o freguês de colocar mais de quatro cadeiras por mesa. Os garçons dizem que é imposição da prefeitura de Belém. Se uma família de cinco pessoas quiser tomar um lanche ou um café juntas, quatro delas têm que ficar numa mesa e uma sozinha em outra. É a divisão burra.
Se a divisão é burra, essa não é a questão essencial. O ponto central é: desde quando o Código de Posturas do Município permite mesas e cadeiras (sejam lá quantas forem) em plena calçada? Não pode quatro, nem três, nem coisa nenhuma. Isso é que deveria ter sido destacado pela nota, não esse sentimento de naturalidade quanto à obstrução do passeio, que deveria ser de todos, não espaço privatizado pelo dono do bar, para lucro próprio.
Em tempos de foco sobre os camelôs, seria importante que os olhos se voltassem também para os outros canalhas que retiram o nosso direito de ir e vir. Ou será que somente os camelôs estão errados? O pobre desdentado que arma sua barraca é escarnecido, mas o bonitão que chega de SUV na frente do seu estabelecimento pode fazer o que quiser?
PS — Não teço comentários sobre a prefeitura porque não sabemos se a tal imposição oficial realmente foi feita. É bem possível que seja apenas a desculpa dada aos clientes para explicar a divisão que, sim, é burra.
2 comentários:
Lembra-me tanto a Europa, essas cadeiras e mesas nas calçadas, para tomar um capuccino!
Beijos.
Muito bucólico isso, Cris, mas na Europa. Porque lá existe espaço de sobra para as pessoas passarem, ao lado das mesmas e cadeiras. Ninguém se aperta, ninguém é xingado, não há lixo no chão, os carros são estacionados apenas nos espaços definidos, etc., etc., etc.
Ah, um capuccino! Sem chantilly, mas com gosto forte de canela...
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