O Liberal de hoje noticia um projeto da Prefeitura de Belém para construir uma nova via de acesso entre a capital e o Município de Ananindeua, considerando que essa comunicação via Av. João Paulo II não deu certo. Trata-se de uma via ainda sem nome oficial, que aproveitaria uma antiga estrada de terra, hoje tomada pelo mato em alguns pontos, fazendo um trajeto impensável para a maioria dos munícipes: da Estrada da CEASA, passando por trás do Parque Ambiental do Utinga.
Eis o trabalho que o jornal apresentou usando os mapas da NASA e o bom e velho Paint:
Observando a imagem abaixo, extraída do Google Earth, sem qualquer edição, pode-se constatar que, de fato, a estradinha antiga é visível, mesmo a 7,97 quilômetros de altitude.
Assim, à primeira vista, parece que a proposta é mesmo viável, a ser verdade que não atravessaria uma área de preservação ambiental integral e que o trajeto poderia ser feito em apenas 10 minutos.
Imagino que muitas pessoas ficariam receosas de utilizar a nova estrada, por razões de segurança — melhor dizendo, falta dela. Naturalmente, se o projeto chegar ao fim, essa variável também será levada em consideração. Nada que uma readaptação não resolva. Afinal, seria realmente uma boa alternativa para fugir do inferno que se torna a BR-316 em certos horários.
O projeto da prefeitura está em fase de carta-consulta à Secretaria Estadual de Meio Ambiente. Aguardemos.
Atualizado em 14 de janeiro de 2008:
O grande Juvêncio de Arruda não tem a menor dúvida. A ideia é um lixo. Mais um lixo do sedizente. Eis o que ele diz:
Mais uma barbaridade está sendo proposta pelo prefeito de Nova Déli. No dia do aniversário da cidade, mais uma tentativa de liquidá-la, atacando os cofres públicos. Trata-se da Rodovia Metrópole, que de acordo com a proposta apresentada, na edição da folha nariguda de sábado, 12, na página 3 do caderno Poder, seria alternativa para acesso a BR-316, já em Ananindeua.O projeto, se realmente existe como anunciado, é irresponsável e ilegal.A via proposta agride ambientalmente a Área de Preservação Ambiental dos lagos Água Preta e Bolonha, que como manancias de abastecimento de água da RMB de Belém para as próximas décadas, devem obrigatóriamente ser preservados.A APA Belém proíbe qualquer tipo de empreendimento potencialmente poluidor, como é o caso de uma via urbana, que entre outros riscos induz a ocupação desordenada e um potencial de acidentes, como vazamento de óleos e outros poluentes.Somente uma visão míope de oculista falsário tirando uma de planejamento urbano pode cogitar uma aventura dessa ordem.Mas um outro prefeito, Luís Otávio Mota Pereira, da Cidade Universitária, vizinha à APA, já está se mobilizando para enfrentar o nacional e seus cambonos, Natanel Cunha, Jean Ambiental Nunes e, claro, o marginal Paulo Castelo Branco.Quem deveria deter Duciomar, os vereadores da Casa de Noca, calam-se, acalmados.
Atualizado em 5.4.2011:
Afinal de contas, nós esquentamos as nossas cabeças com o quê? Mais de três anos se passaram e, claro, a proposta não saiu do papel. Aliás, não se ouviu falar mais dela, mesmo com a oportunidade trazida pelo Via Metrópole, executado pelo governo do Estado ao tempo da gestão de Ana Júlia Carepa, que abriu uma nova avenida rasgando um parque ambiental.
Considerando os questionamentos ao projeto, pode-se comemorar que não tenha ido adiante. Mas se não foi, o motivo é incompetência, e não compromisso com a qualidade ambiental. Especificamente quanto a isso, temos o que lamentar.
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