terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Tirando a casquinha

Vai ser de dar nojo a exploração política da desocupação da Avenida Presidente Vargas. O sedizente prefeito pretende se esconder atrás da Justiça Federal, para não sofrer o ônus da decisão de retirar os camelôs, mas chamará a si os louros se a via realmente ficar livre. Mas não é só ele. De olho nas eleições municipais, há vereadores, inclusive o já sabido candidato à prefeitura Zeca Pirão (não me conformo com essa alcunha...), aproveitando o evento.
Fica complicado saber o que está acontecendo de fato apenas pela imprensa, já que esta é um dos piores veículos de informação do cidadão. Mas se houver qualquer tipo de instigação aos camelôs, já será uma postura assaz irresponsável. Afinal, ao tomar posse, o vereador jura defender a Constituição e demais leis vigentes no país, donde decorre, obviamente, o dever de respeitar a legislação urbanística e, até mesmo, a competência do Poder Executivo para disciplinar o uso do espaço urbano.
Outrossim, os camelôs já deram mostras de disposição para violência, contra quem for. Portanto, o mínimo que se espera de uma autoridade responsável é que some seus esforços para garantir a tranquilidade pública. De se lembrar que, embora interessados diretos na questão, os lojistas da Presidente Vargas e entorno não têm nenhum envolvimento no caso e já vêm sendo penalizados desde que os tumultos começaram. Pondere-se que nem todos são ricos, eis que por ali existem muitas portinhas, pequenos comércios que no máximo garantem a subsistência de seus donos. E, por fim, há os funcionários, que dependem de seus salários e estes, das vendas que têm sido impedidas.
Por conseguinte, se for para usar o famoso discurso da necessidade, dos efeitos sociais, etc., recorde-se que não apenas os camelôs comem, mas também todo um universo de trabalhadores que, agora, vão para o trabalho todo dia sem saber, sequer, se correrão riscos pessoais.
Quanto vale isso na campanha iminente?

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