Se você assistiu aos filmes de Indiana Jones ou à trilogia De volta para o futuro, deve se lembrar daquelas sequências longas (e chatíssimas), nas quais pessoas disputavam algum tipo de objeto, num estilo bem pastelão. O segundo filme do antropólogo Jones começa com ele desesperado por um antídoto, certo? Esse era o jeito Steven Spielberg de fazer cinema. Um saco. Felizmente, mais tarde ele criou um pouco de juízo e dirigiu ótimas películas.
A situação na Câmara Municipal de Belém, agora, remete-nos aos tempos idos de Spielberg. Para conseguir protocolar um pedido de CPI sobre o caos na saúde pública, é preciso coalização entre adversários (sempre instável, pelo risco de traições), gente assinando o pedido mas com rabo preso na mesma área a ser investigada, revezamento de parlamentares em grupos, vigília, protocolo no primeiro minuto de funcionamento da casa. Tudo para impedir que a camarilha que dá sustentação ao (des)governo do Prefeito Oculto protocole três outros pedidos, de CPI sobre outros assuntos, sem o menor interesse de investigar nada, mas apenas para impedir a investigação da saúde.
Razão tinha Juvêncio de Arruda quando sacramentou a expressão "Casa de Noca" para se referir àquele antro.
O re-eleito, de fato, consegue emplacar uma marca atrás da outra. No mandato anterior, ele inaugurou a era das disputas judiciais pela Mesa da Câmara (isso nunca acontecera em Belém). Agora, ele faz com que a cidade se consolide como uma grande palhaçada. E adivinhe quem é o palhaço?
Quanto ao que interessa, tudo continua parado.
Não foi falta de aviso, claro. Aproveite aí, que ainda faltam 3 anos, 9 meses e 293 dias.
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