O grande Lafayette Nunes, habitué do blog, em atenção à postagem de ontem sobre a CTBel, narra uma ótima história sobre um embate que travou com um desses gualdinhas ensandecidos. E, de quebra, escapou da multa! Mas, por favor, ninguém está sugerindo nada!
Como muita gente não lê os comentários, decidi transformar o texto numa postagem. O original pode ser lido na caixa de comentários da postagem. Aqui, entretanto, tomei a liberdade de fazer algumas alterações e licenças, para dar ares de crônica.
Aviso, especialmente para os corações sensíveis: o texto abaixo contém linguagem chula. Se não se sente bem com isso, passe adiante.
Saí do escritório para sacar dinheiro e fui ao Banco do Brasil da Doca, onde funciona um drive thru. Com uma das mãos ao volante e a outra apoiando a cabeça, o cotuvelo apoiado da porta do carro, fiz uma curva suave e entrei no caminho que dá acesso ao caixa eletrônico. Foi quando escutei as apitadas. Parei e olhei. Da esquina, ao lado da guarita de uma cooperativa de táxi, me olhava um agente de trânsito, já tirando o caderninho e começando a anotar. Dei ré, parei em sua direção, abaixei o vidro e perguntei:
— Por acaso o senhor está me multando?
— É lógico que sim! — respondeu, irônico.
— Hmmm... E por qual motivo?
— O senhor sabe muito bem! Não se faça de desentendido!
Tomei ar e, ainda mantendo a calma, insisti:
— O senhor poderia me dizer por que está me multando?
— O senhor estava falando no celular.
— Mas como?! Meu celular nem está comigo. Deixei no escritório, carregando. Eu só estava pensando e apoiei a cabeça...
— Não tem uma desculpa melhor, não?
Tomei ar novamente. A calma me abandonava.
— Então vamos fazer o seguinte: o senhor me revista e revista o meu carro. Se encontrar qualquer celular, aceito a multa.
— Isso é justo — interveio um taxista que estava entre mim e o guarda. — Vai lá. Revista tudo. Aí não vai ter dúvida.
— Eu é que não vou perder o meu tempo — bradou o agente de trânsito, cheio de razão. E se dirigindo a mim: — O senhor que recorra da multa, se quiser.
Não adiantava respirar fundo. Candidamente, baixei mais o vidro da janela, coloquei a cabeça para fora e, em alto e bom tom, sentenciei:
— Enfia essa multa no cu, com talonário e tudo, a CTBel e o Duciomar juntos!
Jamais perderia essa oportunidade , pois estávamos a dois dias do segundo turno das eleições municipais.
— Como é que é? Tá a fim de levar porrada?
Abri a porta e esperei. O guarda, contudo, recuou, como qualquer covarde. Então fechei a porta e fui ao caixa eletrônico. Ao sair, parei no campo de visão dele. Chamei uma, duas, três vezes. Na terceira, ele e os taxistas olharam. Disparei:
— No cu, hein?! Não se esqueça: no cu!!!
E a multa jamais chegou.
Nenhum comentário:
Postar um comentário