O alistamento obrigatório é uma de minhas lembranças mais desagradáveis da juventude, quando eu, já no segundo ano da faculdade, tive que desviar minhas preocupações com o Direito para ficar em pé, horas a fio, em filas ridículas, sob o sol, por diversas vezes ao longo de todo um ano (o processo de seleção na Aeronáutica era interminável!), escutando desaforos de uns merdinhas que descontavam em nós os maus tratos que recebiam de seus superiores. E nós não éramos militares! Portanto, segundo penso, não poderíamos ser maltratados como tal.
Naquele momento, eu refletia sobre a agonia que devia ser para os profissionais da área médica, os chamados MFDV (médicos, farmacêuticos, dentistas e veterinários). Por lei, eles podem adiar o serviço, mas são obrigados a prestá-lo no primeiro ano após a graduação. Com isso, em vez de seguirem suas vidas adiante, tinham que entrar em algum quartel, querendo (mas aí tudo bem) ou não. Dezesseis anos atrás, ainda era comum ver gente dizendo que a coisa era boa, porque já entravam como oficiais. Grande consolo! Nem oficial nem coisa nenhuma: da caserna, sempre quis a maior distância possível. Ótimo para quem gosta. Louvo neles o interesse pela pátria e a capacidade de assimilar certas virtudes militares, como respeito, disciplina, moralidade. Mas, no meu caso específico, tento cultivar essas virtudes como valores obrigatórios a cada ser humano. Não nasci para as Forças Armadas e, com a graça de Deus, escapei do que me seria um grande infortúnio.
Acabo de ver uma decisão que pode ser bastante útil para MFDV que tenham a intenção de escapar ao serviço militar obrigatório. É uma situação específica e provisória, mas pode ser o seu caso. Então saiba do que se trata clicando aqui.
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